Identificação fenotípica e estudo de transcriptoma de triatominae (hemiptera, reduviidae)

Resumo

A doença de Chagas tem por agente etiológico o protozoário Trypanosoma cruzi e a principal forma de transmissão ao homem é a vetorial por meio de triatomíneos. A subfamília Triatominae conta com 18 gêneros e 152 espécies, das quais duas são fósseis.O controle dos triatomíneos é necessário, pois é o meio mais eficiente para prevenir a transmissão da doença de Chagas. Assim, no intuito de difundir o reconhecimento específico dos triatomíneos pretende-se obter, informatizar e disponibilizar imagens desses vetores. Para tanto serão utilizadas imagens de 55 espécies de triatomíneos mantidas vivas em 194 colônias no Insetário de Triatominae da Faculdade de Ciências Farmacêuticas/UNESP/Araraquara e de outras que forem obtidas. Também pretende-se disponibilizar imagens do gênero Mepraia que conta com as espécies: M. gajardoi, M. parapatrica e M. spinolai. Essas três espécies ocorrem somente no Chile. As fêmeas das três espécies são todas micrópteras, porém os machos não. Os machos de M. gajardoi são braquípteros; os de M. parapatrica macrópteros ou braquípteros e os de M. spinolai podem ser macrópteros, braquípteros ou micrópteros. Como na subfamília Triatominae é conhecido somente esse gênero com dimorfismo sexual nos caráteres alares, propõem-se o estudo de suas três espécies. Assim pretende-se investigar diferenças genéticas em espécies desse gênero, para tanto serão feitas bibliotecas de RNA total de tecidos cefálicos a partir de estratégias de sequenciamento de próxima geração (RNA-seq). Também pretende-se encontrar possíveis perfis diferenciais de expressão de genes em transcritos de cabeça e glândula salivar de fêmeas e machos. As comparações dos perfis genéticos de M. gajardoi, M. parapatrica e M. spinolai obtidos por RNA-seq ajudarão a compreender a relação evolutiva em espécies desse gênero e também da subfamília Triatominae. Para o desenvolvimento deste projeto serão necessárias coletas a serem feitas no Chile, para tanto contaremos com o apoio do Professor Dr. Daniel Frias Lasserre do Instituto de Entomologia da Universidad Metropolitana de Ciencias de la Educación, Santiago, Chile. Para o estudo de transcriptomas teremos o apoio do Professor Dr. Reinaldo Brito do departamento de Genética e Evolução da Universidade Federal de São Carlos. O banco de imagens será útil para auxiliar a identificação das espécies pelo público leigo, científico e por profissionais envolvidos em campanhas de controle vetorial ligados às secretarias municipais de saúde. (AU)