Ações imunológicas da suplementação diária de ácidos graxos poli-insaturados de ômega-3 e aspirina em baixa dosagem como terapia adjunta ao debridamento periodontal no tratamento da periodontite crônica em pacientes com diabetes tipo 2

Resumo

O Diabetes mellitus (DM) vem emergindo como uma epidemia global, cujas complicações podem ter um impacto significativo na qualidade de vida, na longevidade e nos custos em saúde pública. As doenças periodontais são consideradas a sexta complicação do DM. Essa relação estreita entre as duas doenças se caracteriza como uma via bidirecional. Desta forma, o conhecimento de novas terapias periodontais pode melhorar a qualidade de vida de pacientes com DM e permitir melhor compreensão acerca dos mecanismos biológicos envolvidos nessa relação. A suplementação diária de ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 (É-3) e aspirina (AAS) foi proposta como terapia adjunta ao tratamento de periodontite crônica, demonstrando bons resultados em pacientes normoglicêmicos. Assim, o objetivo da presente proposta é investigar o efeito imunológico da suplementação diária de ácidos graxos poli-insaturados de É-3 e AAS como terapia adjunta ao debridamento periodontal de boca toda para o tratamento da periodontite crônica, analisando marcadores inflamatórios coletados a partir do fluido crevicular gengival de indivíduos diabéticos tipo 2 participantes de um estudo clínico randomizado de superioridade. Para esta investigação, os pacientes foram selecionados de acordo com critérios de inclusão e exclusão e alocados em três grupos de tratamento: debridamento periodontal seguido da terapia com É-3 (3g/dia por 60 dias) e AAS (100 mg/dia por 60 dias) (GT1) (n=15), terapia com É-3 (3g/dia por 60 dias) e AAS (100 mg/dia por 60 dias) seguida de debridamento periodontal (GT2) (n=15) e debridamento periodontal e placebo (n=15). O fluido gengival crevicular foi coletado de duas bolsas periodontais com profundidade de sondagem e5 mm em cada paciente no início da terapia periodontal, aos 90 e aos 180 dias após o debridamento periodontal. Os marcadores inflamatórios interferon (IFN)-³, interleucinas (IL)-10, -1², -4, -6, -8, fator de necrose tumoral (TNF)-±, proteína inflamatória de macrófago 1± (MIP1±) e proteína quimiotática de monócito 1± (MCP-1±) deverão ser analisados para que se observe mudanças no perfil inflamatório entre os tempos e os grupos de tratamento.