Idades de resfriamento e tectônica do Ceará Central, Província Borborema (NE Brasil)

Resumo

Modelos tectônicos distintos tem sido propostos para a evolução eopaleozoica do embasamento da Bacia do Parnaíba (PI-CE). Enquanto alguns autores postulam, com base em dados gravimétricos e sísmicos, o desenvolvimento de "riftes precursores" antecedendo a deposição das sequências siluro-devonianas da bacia (Castro et al., 2014, 2016), outros autores (Daly et al. 2014; Tozer et al., 2017) propõe que a sinéclise evoluiu principalmente por flexura litosférica a partir de uma crosta substancialmente cratonizada. A adoção de um ou outro modelo impacta decisivamente na história térmica da bacia e, consequentemenet, na formulação do seu potencial econômico, notadamente na pesquisa de óleo e gás. A adoção do modelo de rifte precedendo a sinéclise implica em alçamento da crosta e deformação (trans)tensional, magmatismo (plutônico e vulcânico) e instalação de bacias limitadas por falha que, na orogênese brasiliana do Ceará Central, teriam ocorrido na transição entre o Ediacarano e o Cambro-Ordoviciano. Esse projeto utiliza métodos geofísicos (anisotropia de suscetibilidade e remanência magnética) e geocronológicos (U-Pb, 40Ar/39Ar) para: (i) relacionar o magmatismo "tardi-orogênico" à tectônica regional, (ii) caracterizar a idade de cristalização e subsequente exumação das rochas magmáticas, e (iii) identificar as fontes e posicionar no tempo a sedimentação das bacias de rifte (Jaibaras e Cococi). Os resultados permitirão avaliar modelos de evolução termo-tectônica propostos para a Bacia do Parnaíba. (AU)