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"Il doit tout à la nation!": os discursos da autoridade política entre os patriotas na França pré-revolucionária

Processo: 17/26135-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de abril de 2019
Data de Término da vigência: 30 de novembro de 2020
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia
Pesquisador responsável:Alberto Ribeiro Gonçalves de Barros
Beneficiário:Roberta Kelly Soromenho Nicolete
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Filosofia política   Republicanismo
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:autoridade política | linguagens políticas da historia | Republicanismo | Século XVIII - França - História | Filosofia politica

Resumo

Trata-se de analisar as linguagens políticas em disputa na definição da autoridade e do corpo soberano (natureza e limites), mediante as brochuras e os panfletos de certos "patriotes"- como eram nomeados os que defendiam a soberania da Nação, na França pré-revolucionária, sejam eles: Claude Mey, Léon-Louis Brancas, André Blonde, Guy Target, Guillaume de Saige, Martin Morizot, Jean-Claude Marivaux. Escritas entre os anos de 1770 e 1780 e, em sua maior parte, banidas pelo Parlamento, essas obras, ainda pouco conhecidas e sobre as quais há raras pesquisas, são interpretadas como uma resposta ao problema de legitimidade política aberto durante a última Sagração, em Reims. Por anódino que possa parecer uma alteração na liturgia da cerimônia de Sagração, a abolição do momento em que o rei demanda consentimento do povo para governar, revela, de um lado, a intenção de Luís XVI de recorrer à retórica convencional da monarquia, dispensando o consentimento para governar; de outro, a oposição dos "patriotas", apresentando a defesa consistente de diversos princípios de legitimação da autoridade política (entre eles: a origem eletiva da monarquia, a origem popular da soberania, a irrevogabilidade das obrigações recíprocas entre o soberano e os súditos), amparada em linguagens alternativas e forjadas em outros contextos: o constitucionalismo antigo, o contratualismo e o republicanismo. Cabe à filosofia política analisar tais panfletos e brochuras, sem deixar de articulá-las aos trabalhos mais sistemáticos da França setecentista (a exemplo de Rousseau e Montesquieu), para o estabelecimento das "convenções linguísticas" do período, em primeiro lugar, e, em segundo, para uma disposição crítica em relação ao passado, isto é, não se trata de reconstituir os discursos de certo período histórico por mero diletantismo, mas porque a compreensão da distância que nos separa desse período lança luz aos fundamentos das nossas próprias linguagens políticas.

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Publicações científicas
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
ROBERTA K. SOROMENHO NICOLETE. CATECISMO DO CIDADÃO: CONSTITUCIONALISMO E SOBERANIA POPULAR EM GUILLAUME DE SAIGE. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 34, n. 100, . (17/26135-0)