Perfil de esfingolipídios no câncer de cabeça e pescoço

Resumo

Os esfingolipídios são uma classe de lipídios essenciais em eucariotos não apenas por compor a membrana plasmática, mas por serem moléculas bioefetoras. Assim sendo, encontram-se envolvidos na regulação de muitos processos celulares e diversos tipos de sinalização. Entre a diversidade de vias que os esfingolipídios se encontram associadas estão inclusas proliferação celular, apoptose, senescência, angiogênese, endocitose, transporte, migração e inflamação. Entre os principais esfingolipídios bioativos estão a ceramida e esfingosina que são moléculas responsáveis pelo controle do crescimento, proliferação e sobrevivência celular. Um outro esfingolipídio importante é a esfingosina-1-fosfato, uma molécula pró-sobrevivência, que atua de maneira autocrina, paracrina e/ou endócrina em vias de proliferação celular, adesão, motilidade, angiogênese e inflamação. Devido ao grande número de vias que essas moléculas regulam, o desequilíbrio no metabolismo delas desencadeia uma série de patologias, como o câncer. Em câncer de cabeça e pescoço a redução nos níveis de ceramida foi associada com a progressão tumoral e a pior prognóstico, mas os demais esfingolipídios não foram avaliados. Com base no potencial impacto dos níveis de esfingolipídios no câncer, propomos neste estudo determinar o perfil dos diferentes esfingolipídios em amostras de pacientes com câncer de cabeça e pescoço para avaliar possíveis associações com parâmetros clínicos e patológicos. Serão utilizadas amostras de soro e/ou sangue bem como de fragmentos de tumores dos pacientes com CCP para extração dos esfingolipídios. A determinação dos esfingolipídios será feita pela técnica de espectrometria de massas. Os dados serão submetidos a análises estatísticas para determinar as associações significativas entre os diferentes parâmetros e esfingolipidios. Espera-se que ao final deste estudo, seja possível ampliar nosso entendimento do papel dessas moléculas nos aspectos clínicos e patológicos das neoplasias estudadas, para no futuro explorar estas moléculas como biomarcadores e potenciais alvos terapêutico. (AU)