Uso da progesterona injetável e CIDR na ressincronização super-precoce de vacas e novilhas Nelore submetidas à 3 IATFs em 48 dias

Resumo

A alta concentração de progesterona (P4) nos protocolos de ressincronização pode induzir a emergência de uma nova onda sincronizada devido a diminuição do aporte gonadotrófico. Objetiva-se com este estudo avaliar a dinâmica folicular e a taxa de prenhez em fêmeas Nelore submetidas à ressincronização super-precoce aos 13 dias pós inseminação artificial em tempo fixo (IATF) com um dispositivo de liberação de P4 associado ou não ao uso de P4 injetável de curta ação (P4i). Para isso, no Experimento 1, novilhas (n=30) e vacas em lactação entre 30 e 60 dias pós-parto (n=30) serão submetidas a um protocolo de sincronização da ovulação. No D-11, todas as fêmeas receberão um dispositivo liberador de P4(1,9g P4; CIDR, Zoetis, Campinas, SP) e 2 mg de benzoato de estradiol (BE; Gonadiol, Zoetis). No D-4, todos os animais receberão 12,5 mg de dinoprost trometamina (PGF2±; Lutalyse, Zoetis), e no D-2 os dispositivos serão removidos e os animais receberão 0,6 (novilhas) ou 1 mg (vacas) de cipionato de estradiol (ECP; ECP, Zoetis) + 12,5 mg de PGF2± + 200 (novilhas) ou 300 (vacas) UI de gonadotrofina coriônica equina (eCG; Novormon, Zoetis). O D0 será o dia esperado do estro. No D13 após o estro esperado, os animais com presença de corpo lúteo serão divididos em dois grupos (CIDR e CIDR + P4i). No grupo CIDR, as vacas e as novilhas (nH11/categoria) receberão um CIDR novo enquanto no grupo CIDR + P4i (nH11/categoria), receberão um CIDR novo + 100 mg de P4i (Afisterone, Ceva, Paulínia, SP). O tamanho dos folículos ovarianos e do corpo lúteo será avaliado diariamente até o D22 por meio de ultrassonografia nos modos B e Doppler (MyLab Delta, Esaote, Itália). No D22, os dispositivos serão removidos, e os animais receberão tratamento semelhante ao citado anteriormente (dose única de PGF2±, eCG e ECP). A ovulação será checada por ultrassonografia a cada 12 horas, entre a hora 36 e a hora 96 após a remoção do dispositivo. No Experimento 2, a taxa de prenhez será avaliada em animais submetidos aos mesmos grupos experimentais e a 3 IATFs em 48 dias. Para isso, 450 novilhas e 450 vacas em lactação serão sincronizadas e ressincronizadas conforme Experimento 1, entretanto, no D22 os animais serão submetidos à avaliação ultrassonográfica com Doppler colorido para identificar as fêmeas não gestantes por meio da perfusão sanguínea do corpo lúteo. Fêmeas identificadas como não gestantes no D22 receberão PGF2±, eCG e ECP para indução da ovulação conforme descrito no experimento 1 e serão submetidas à segunda IATF no D24. No D37, todas fêmeas que receberam a segunda IATF serão aleatoriamente ressincronizadas conforme os dois grupos experimentais (CIDR ou CIDR + P4i). As fêmeas detectadas com perda gestacional entre o D22 e D37 serão também ressincronizadas com o uso de CIDR + 2 mg de BE. No D46, as fêmeas que tiverem luteólise detectada, receberão os mesmos tratamentos para indução da ovulação (PGF2±, eCG e ECP) e serão submetidas à terceira IATF no D48. O diagnóstico de gestação final será realizado no D85, por meio da visualização do embrião com batimento cardíaco. Espera-se que o uso da P4i resulte em melhor sincronia da emergência folicular e permita melhor taxa de prenhez na segunda e terceira IATF em vacas, não em novilhas. (AU)