Genotipagem de T. cruzi em amostras de pacientes com CCC no Brasil. Um subestudo do projeto BENEFIT

Resumo

A Doença de Chagas (DCh) têm como agente etiológico o protozoário hemoflagelado denominado Trypanosoma cruzi. A espécie possui uma estrutura genética que permite a subdivisão em seis grupos genéticos distintos, denominados TcI à TcVI, que tem apresentado diferenças frente a distribuição geográfica, propriedades biológicas e susceptibilidade a droga. Entretanto, a associação entre a variabilidade genética com as formas clínicas da DCh, até o presente momento não está totalmente estabelecida. É conhecido o predomínio das DTU's (Grupos genéticos) TcII e TcVI em diversas regiões Brasileiras, associados tanto ao ciclo doméstico como ao silvestre da Doença de Chagas. Desse modo, tenciona-se com esse projeto, verificar os genótipos dos parasitos presentes em 284 pacientes com DCh recrutados em todo território Brasileiro, para o estudo BENEFIT, e avaliar a existência de potenciais alvos no genoma dos parasitos, afim de correlacionar os resultados com a evolução clínica dos mesmos. Para atender o objetivo principal, as formas epimastigotas pertencentes aos seis genótipos do parasito serão mantidas em crescimento exponencial para utilização como perfis de referências. Serão coletados sangue periférico dos pacientes em eluato de Guanidina/EDTA, para posterior extração de DNA e caracterização molecular. A genotipagem será realizada com a utilização de PCR convencional multilocus, conforme protocolo padronizado no laboratório, com utilização da amplificação intergênica do gene do Spliced Leader utilizando os iniciadores UTCC e TCac (SL-IRac), domínio variável D7 do gene da subunidade 24S± do RNA ribossomal, região intergênica do gene do Spliced Leader utilizando os iniciadores 1AM e 1B e região do fragmento nuclear A10 utilizando, em semi-nested. Além da genotipagem, será realizada um screening no genoma dos parasitos, isolados dos pacientes por hemocultura, para identificação de genes potenciais alvos, que sirvam como marcadores de prognóstico para a infecção chagásica crônica. Conforme ressaltado acima, há indícios por estudos anteriores de que o genótipo predominante no Brasil seria correspondente ao T. cruzi II, aspecto a ser comprovado ou não neste subestudo.