Alleviating relational inequality in the urban environment through integration and a participatory mechanism

Resumo

Como devemos (re) organizar a cidade de acordo com um critério igualitário de justiça? Os filósofos políticos têm respondido a essa questão por meio de um critério baseado em recursos, avançando razões normativas para uma divisão justa entre diferentes espaços urbanos. No entanto, essa perspectiva tem sido criticada por um critério relacional - o qual nos diz que os problemas das cidades nem sempre estão relacionados à distribuição desigual de recursos, mas também em como os espaços físicos e simbólicos são organizados de maneira a evitar as interações entre os cidadãos. É, então, a falta de interação social e política que gera injustiças em uma variedade de domínios, incluindo a privação socioeconômica e a falta de poder de grupos desfavorecidos e oprimidos. Se a questão não é apenas de recursos, como podemos passar de uma cidade profundamente segregada para uma integrada? Quais são as estratégias promissoras para lidar com esse problema? Seguindo uma razão instrumental, as reformas nos espaços urbanos têm sido sugeridas baseadas em áreas públicas mais acolhedoras (como parques e bibliotecas públicas) capazes de criar oportunidades para interações entre cidadãos. Embora eu concorde que precisamos de uma razão instrumental para agir contra as desigualdades corrosivas e ter uma infraestrutura social nas cidades voltada para promover a integração, para mim não está claro se isso poderia eventualmente superar as formas estruturais de injustiça que agravam a vida de grupos desfavorecidos e oprimidos. Meu projeto visa a contribuir para este debate, combinando questões de justiça igualitária relacional com teoria deliberativa, baseando em uma pesquisa normativa em filosofia política e social. A integração nas cidades é um meio de atenuar as desigualdades e também um requisito fundamental de justiça para uma abordagem relacional sustentada em um princípio de respeito. Minha hipótese principal de pesquisa visa a mostrar que, se tivermos ambos os argumentos (instrumental e intrínseco), poderemos entender melhor a abordagem relacional, ao esclarecermos as razões morais e pragmáticas para agir contra a segregação na cidade e propondo estratégias contextualizadas para enfrentá-las. Uma maneira promissora para lidar com a falta de interação social e política nas cidades seria por meio de um governo local, a saber, um mecanismo participativo capaz de reunir os cidadãos de diferentes bairros com o objetivo de decidir o que deve ser feito em termos de infraestrutura social. A minha segunda hipótese visa a mostrar que a interação nas cidades exige o engajamento social dos cidadãos envolvidos e que um projeto político comum na esfera local parece ser um razoável ponto de partida