Efeitos maternos e transgeracionais da corticosterona na imunidade e concentrações hormonais de lagartos (Tropidurus catalanensis)

Resumo

Em seus diferentes estágios da história de vida, os animais passam por condições que desafiam a manutenção da homeostase. A ativação da resposta ao estresse e a consequente liberação de glicocorticoides resultam em diversos ajustes fisiológicos que ajudam os organismos a lidar com desafios. Vertebrados ectotermos, ao lidarem com situações estressantes, aumentam a secreção de corticosterona (CORT). Enquanto a elevação aguda das concentrações plasmáticas de CORT pode ser adaptativa, a manutenção dessas concentrações elevadas por longos períodos pode acarretar efeitos deletérios na reprodução e imunidade do indivíduo. Adicionalmente, a transferência deste hormônio para os embriões pode acarretar em mudanças fenotípicas permanentes, conhecidas como efeitos transgeracionais. Buscamos entender como a elevação crônica das concentrações plasmáticas de CORT afeta a fisiologia reprodutiva e imunidade das fêmeas (Tropidurus catalanensis) e seus efeitos transgeracionais. Para isto iremos 1) testar como o tratamento crônico com CORT exógena afeta as concentrações hormonais (estradiol [E], progesterona [P]) e a imunidade (capacidade bactericida plasmática [CBP], perfil leucocitário e hemaglutinação [Hm]) de fêmeas gravidas e 2) quanto aos efeitos transgeracionais do tratamento materno com CORT, serão observadas concentrações de P, testosterona (T), CORT e E no vitelo, sobrevivência (número de natimortos), concentrações de CORT nas fezes, condição corpórea e função imune (fitohemaglutinina [PHA]) da prole. (AU)