Uso de vacinas comerciais para circovírus suíno 2 em granja convencional: impacto sobre a carga viral de PCV3 nas fezes e soro

Resumo

Os circovírus que infectam suínos, pertencentes à família Circoviridae, gênero Circovirus, são vírus de morfologia icosaédrica com cerca de 17 nm de diâmetro, não-envelopados, com genoma constituído de DNA circular de fita única (ssDNA). O gênero Circovirus é composto por 29 espécies virais que infectam animais, incluindo quatro vírus que infectam suínos: Porcine circovirus 1 (PCV1); Porcine circovirus 2 (PCV2); Porcine circovirus 3 (PCV3); e Porcine circovirus 4 (PCV4), descoberto recentemente; já identificados em diversos países do mundo. O PCV1 é não patogênico para suínos. O PCV2 é o principal agente etiológico da síndrome de refugagem multissistêmica (PMWS, do inglês Post-weaning Multisystemic Wasting Syndrome) em desmame de leitões, induzindo anemia, diarreia, icterícia e aumento dos linfonodos, o que resulta em perda de peso, queda de rendimento e perdas econômicas. O PCV3, foco deste trabalho, induz cardiopatias e inflamações multissistêmicas em suínos, tendo sido relatado pela primeira vez nos Estados Unidos e mais recentemente no Brasil. Considerando que o Brasil, atualmente, é um dos maiores exportadores de carne suína e que há pouca informação sobre o impacto da vacinação para PCV3, o presente estudo tem como objetivos: (I) quantificar o DNA de PCV3; (II) padronizar um sistema de detecção do PCV3 por PCR quantitativo (PCRq); (III) testar as amostras coletadas. Serão analisadas amostras de soro e fezes de 76 animais coletadas nos dias 0, 14, 28, 56 e 70 após a vacinação para PCV2, totalizando 760 amostras. Esse estudo trará informações sobre o impacto da vacinação na persistência e/ou aumento da circulação viral de PCV3 e, os resultados obtidos permitirão determinar o efeito da vacinação de PCV2 na viremia e eliminação de PCV3 contribuindo, assim, para o conhecimento do impacto da vacina na circulação viral.