Resiliência de primatas em uma paisagem antropizada

Resumo

A resiliência dos primatas neotropicais em paisagens antropizadas depende da conectividade entre fragmentos, suas capacidades de movimento em diferentes estruturas florestais e suas respostas à variação na disponibilidade de recursos, nível de competição e impacto humano. Para algumas espécies como o Mico-Leão Preto (MLP - Leontopithecus chrysopygus), que são raros e difíceis de detectar no campo, juntar este tipo de informação em muitas populações é desafiador. No entanto, o desenvolvimento de novas tecnologias como o Monitoramento Acústico Passivo (MAP), o sensoriamento remoto, as armadilhas fotográficas no dossel e os GPS acoplados a acelerômetros podem ajudar a superar estes desafios. Via três Work Packages (WP), pretendemos avaliar a resiliência do MLP em uma paisagem antropizada estimando as necessidades do MLP em termo de paisagem, o nível de fluxo gênico, o status de saúde, suas habilidades competitivas, os custos de deslocamentos e decisões relacionadas ao movimento em diferentes contextos ambientais. No WP1, pretendemos 1) determinar as métricas locais e da paisagem que preveem a presença do MLP usando MAP e sensoriamento remoto; 2) avaliar o status de saúde de grupos de MLP; e 3) entender o nível de conectividades entre populações de MLP via fluxo gênico. No WP2, pretendemos entender a divisão de nichos ecológicos entre o MLP e as três espécies de primatas co-ocorrendo em um futuro refúgio climático via a análise do uso do espaço (com MAP) e de recursos (com armadilhas fotográficas de dossel em árvores frutificando). No WP3, pretendemos determinar 1) como a variação da estrutura vegetal afeta o gasto energético dos MLP na paisagem usando GPS acoplados a acelerômetros tri-axiais; e 2) os fatores direcionando as tomadas de decisões dos MLP em termo de planejamento de rotas. (AU)