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PARASITOFAUNA DO PIRARUCU (Arapaima gigas, Pisces) EM ÁREA NATURAL E NÃO-NATURAL: TESTANDO A HIPÓTESE DO ESCAPE DO INIMIGO E OS PADRÕES DE INTERAÇÕES PARASITO-HOSPEDEIRO

Processo: 22/05857-6
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de janeiro de 2023
Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2025
Área de conhecimento:Ciências Biológicas - Zoologia - Zoologia Aplicada
Pesquisador responsável:Lilian Casatti
Beneficiário:Lidiane Franceschini
Instituição Sede: Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de São José do Rio Preto. São José do Rio Preto , SP, Brasil
Assunto(s):Espécies nativas
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:espécies não-nativas | espécies nativas | Hipóteses de Ciência de Invasões | invasões biológicas | redes bipartidas | Zoologia

Resumo

A introdução de espécies fora de sua área nativa pode culminar em processos de invasões biológicas, os quais podem alterar relações ecológicas nas novas áreas de distribuição, incluindo as interações parasito-hospedeiro. Em contrapartida, o parasitismo pode influenciar o processo de invasão auxiliando ou limitando a expansão de seus hospedeiros. Nesse cenário, redes bipartidas são consideradas ferramentas eficazes para estudos das interações parasito-hospedeiro, auxiliando a prever impactos causados por invasões biológicas. Na bacia do alto Paraná há ~ 74 espécies de peixes não-nativos, sendo o registro do pirarucu Arapaima gigas um dos mais recentes. Considerando que o conhecimento sobre os efeitos da invasão de A. gigas na bacia receptora ainda são incipientes, informações sobre sua biologia (ex. parasitismo e dieta) e fatores que possam influenciar o sucesso do seu estabelecimento na nova área são essenciais para subsidiar medidas de manejo local da espécie. Neste estudo pretendemos avaliar a comunidade parasitária de A. gigas em área de distribuição não-natural (rio Grande, bacia do alto Paraná, Estado de São Paulo) e em sua área de ocorrência natural (com base na determinação da origem dos indivíduos invasores). Para isso, as seguintes hipóteses deverão ser testadas: 1) considerando a Hipótese do Escape do Inimigo, esperamos que a fauna parasitária de A. gigas apresentará maior riqueza de espécies e diversidade taxonômica em sua área de distribuição natural em relação a área de distribuição não-natural; 2) os descritores ecológicos do parasitismo (prevalência [P], intensidade média de infecção/infestação [IMI] e abundância média [AM]) de A. gigas apresentarão diferenças entre as áreas amostrais; 3) com base na análise de redes bipartidas, esperamos que as estruturas das redes parasito-hospedeiro apresentarão diferenças entre as áreas de distribuição natural e não-natural, considerando-se a origem do parasito (nativo ou não-nativo) e estratégia de transmissão; 4) a dieta de A. gigas apresentará diferenças na sua composição entre as áreas de distribuição natural e não-natural, em decorrência da oferta de diferentes itens alimentares e estrutura dos hábitats, e consequentemente, a fauna de parasitos transmitidos troficamente será diferente entre as áreas em função da ingestão de diferentes itens alimentares que atuam como potenciais hospedeiros. Serão analisados no mínimo 60 espécimes de A. gigas (30 de cada área amostral). Os peixes serão eutanasiados e levados ao laboratório, onde será determinado o sexo e mensurados o comprimento padrão (cm) e massa total (g). Posteriormente, terão sua pele (muco), nadadeiras e órgão internos inspecionadas para a presença de parasitos. Os estômagos serão fixados para análise, identificação e determinação da massa dos itens alimentares (método gravimétrico), e posterior comparação da composição da dieta de A. gigas entre as áreas amostrais. Após a identificação taxonômica dos parasitos, será caracterizada e comparada entre as áreas amostrais a comunidade componente dos parasitos (riqueza e diversidade), atributos parasitológicos (P, IMI e AM) e o efeito da dieta na composição de endoparasitos transmitidos troficamente. Redes bipartidas ponderadas serão empregadas para avaliar diferenças nos padrões de interação entre A. gigas e seus respectivos parasitos nas áreas de distribuição natural e não-natural, empregando-se a conectividade, aninhamento ponderado e modularidade como descritores quantitativos. Para determinar a importância de cada táxon de parasito para a estrutura das redes de interação parasito-hospedeiro, será estimado o Índice de Centralidade de Intermediação (BC). Assim, esperamos fornecer dados sobre como A. gigas está interferindo sobre relações ecológicas na nova área de distribuição, incluindo interações parasito-hospedeiro, avaliar possíveis co-introduções/co-invasões de parasitos e outros patógenos, e mudanças nas redes tróficas (ex. via predação) na bacia receptora.

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Publicações científicas
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
FRANCESCHINI, L.; DIAS, F. G. C.; MIGUEL, B. S.; ZAGO, A. C.; ORSI, M. L.; VITULE, J. R. S.; DE ALMEIDA, F. S.; PORTO-FORESTI, F.; BALBUENA, J. A.; RAMOS, I. P.; et al. Eye metacercariae in invasive pirarucu Arapaima gigas (Pisces: Arapaimidae): A potential ecological sink interaction?. JOURNAL OF HELMINTHOLOGY, v. 99, p. 11-pg., . (23/05883-0, 22/05857-6)