Investigação do potencial antineoplásico da inibição farmacológica de ezrina em tumores sólidos: adenocarcinoma gástrico e carcinoma cervical

Resumo

O câncer, uma das doenças mais debilitantes do mundo, é caracterizado por uma proliferação exacerbada e desordenada de células, que podem invadir tecidos adjacentes e espalhar-se para outros órgãos. O carcinoma cervical é o quarto câncer mais comum em mulheres e as opções de tratamento para o estágio avançado são limitadas, levando à alta mortalidade, enquanto o câncer gástrico é o quinto mais comum no mundo e apresenta taxas globais de sobrevida em 5 anos de cerca de 25% a 30%. Os fármacos que atuam no citoesqueleto possuem alta toxicidade, devido a sua baixa seletividade. Assim, a identificação de moléculas que sejam expressas diferencialmente em condições fisiológicas e neoplásicas é de suma importância na busca por novos potenciais alvos terapêuticos. A proteína ezrina, codificada pelo gene EZR, atua em múltiplos processos celulares incluindo proliferação, sobrevivência e motilidade, através da transdução de sinal entre receptores de membrana e o citoesqueleto de actina. Dados da literatura apontam um papel relevante para esta proteína no fenótipo maligno de células cancerosas, entretanto seu papel no prognóstico não está totalmente elucidado em pacientes com câncer cervical. Diante do exposto, o presente projeto de pesquisa teve como objetivo caracterizar o potencial antineoplásico da inibição farmacológica de ezrina, em linhagens celulares de câncer gástrico e cervical, além de investigar o impacto da expressão de EZR sob os desfechos de sobrevida, características clínicas e funções biológicas em pacientes da coorte do TCGA com estes tumores sólidos.