Linguagem no Analfabetismo e na Baixa Escolaridade: há diferenças em adultos saudáveis?

• Processo: 22/00507-7
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Artigo
• Data de Início da vigência: 01 de abril de 2022
• Data de Término da vigência: 30 de setembro de 2022
• Área do conhecimento: Ciências da Saúde - Fonoaudiologia
• Pesquisador responsável: Karin Zazo Ortiz
• Beneficiário: Karin Zazo Ortiz
• Instituição Sede: Escola Paulista de Medicina (EPM). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus São Paulo. São Paulo , SP, Brasil
• Assunto(s): Afasia Linguagem Transtornos da linguagem Neurociências
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Aphasia | Educational status | Language | Language Disorders | Neuropsychological tests | Neurociências

Resumo

Introdução: A interferência da escolaridade no desempenho cognitivo tem sido amplamente estudada, sobretudo em países com altos índices de analfabetismo e/ou baixa escolaridade. Apesar de muitos estudos já terem demonstrado a influência da escolaridade cognição, o impacto da baixa escolaridade parece diferir nas diversas funções cognitivas. Em relação linguagem, o impacto da escolaridade nas diversas habilidades linguísticas ainda não está completamente esclarecida. O objetivo do estudo foi verificar se há diferenças nas tarefas linguísticas orais entre indivíduos analfabetos e com baixa escolaridade avaliadas pela Bateria Montreal-Toulouse de Avaliação da Linguagem (MTL-Brasil), única bateria de linguagem disponível no Brasil para a avaliação de adultos, mas que não dispõe de dados normativos para analfabetos. E, secundariamente, obter dados que possam ser utilizados como parâmetros clínicos nas avaliações de adultos analfabetos. Métodos: Foram avaliados 30 indivíduos saudáveis analfabetos, com idade entre 18 e 60 anos. Todos foram submetidos a Bateria MTL-Brasil, excetuando-se tarefas de comunicação escrita e, posteriormente, os dados obtidos nesse estudo foram comparados aos de um estudo anterior em que foram avaliados indivíduos com escolaridade de 1 a 4 anos no mesmo instrumento. Resultados: Foram observadas diferenças estatisticamente significantes no desempenho de indivíduos de 1 a 4 anos de escolaridade em relação aos indivíduos analfabetos nas provas de Compreensão oral, Repetição, Fluência verbal fonológica/ortográfica, Ditado de números, Leitura de números e também em tarefas de cálculos numéricos simples. Conclusão: Este estudo mostrou que indivíduos analfabetos obtiveram pior desempenho em algumas tarefas linguísticas da Bateria MTL-Brasil quando comparados aos de baixa escolaridade, o que parece comprovar que cada ano de escolaridade parece impactar no desempenho linguístico-cognitivo. Além disso, foram obtidos dados que poderão ser utilizados como parâmetros clínicos na avaliação de sujeitos afásicos analfabetos. (AU)