Manejo multidisciplinar de pessoas vivendo com Vírus Linfotrópico de Células T Humanas (HTLV)

• Processo: 22/05388-6
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
• Área do conhecimento: Ciências da Saúde - Medicina - Clínica Médica
• Pesquisador responsável: Jorge Simao do Rosario Casseb
• Beneficiário: Jorge Simao do Rosario Casseb
• Instituição Sede: Faculdade de Medicina (FM). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Assunto(s): Infectologia Resposta imune Vírus linfotrópico T tipo 1 humano Publicações de divulgação científica Produção científica Livros
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Htlv-1 | Mielopatia Associada Ao Htlv-1 | resposta imune | Infectologia

Resumo

O HTLV-1 foi o primeiro retrovírus humano relacionado a doenças neoplásicas descoberto na década de 80. Pouco tempo depois, foi descrito um novo subtipo viral denominado HTLV-2. Recentemente, infecções com outros dois novos subtipos virais, HTLV-3 e HTLV-4, foram relatados em alguns indivíduos na África Subsaariana, aparentemente, resultado de infecção zoonótica de primatas locais. O HTLV pertence à família Retroviridae, subfamília Orthoretrovirinae e gênero Deltaretrovirus. A homologia entre o HTLV-1 e o HTLV-2 varia entre 65% a 85%, de acordo com a região gênica analisada. Ainda não está provada a associação do HTLV-2 à doença humana, apesar da grande semelhança com o HTLV-1. O HTLV-1 infecta preferencialmente células linfóides periféricas, predominantemente linfócitos T CD4+ de memória e linfócitos T CD8+. As células infectadas são transformadas e imortalizadas pelo vírus in vitro. Estima-se que cinco a dez milhões de pessoas em todo o mundo, estejam infectadas pelo HTLV-1. Todavia, a maioria delas permanece aparentemente assintomática. Apesar da infecção pelo HTLV-1 ocorrer em diversas partes do mundo, sua prevalência varia de acordo com a localização geográfica, fatores étnicos e raciais ou, ainda, em grupos populacionais mais expostos. As formas de transmissão do HTLV-1 podem ser horizontais: contato sexual, transfusão sanguínea, compartilhamento de agulhas contaminadas; ou vertical: mãe infectada para o filho durante gestação, parto e principalmente durante amamentação. A detecção da infecção no Brasil teve início ainda na década de 80, entretanto, a partir de 1993 foram introduzidos testes sorológicos para a avaliação dos anticorpos em doadores de banco de sangue. Apesar de ter sido descrito há quase quatro décadas, o diagnóstico da infecção, das doenças relacionadas e o manejo clínico dessas doenças, ainda apresenta dificuldades e divergências na prática clínica. Assim, esse manual tem por objetivo difundir nacionalmente as condutas adotadas durante o atendimento transdisciplinar, apresentando protocolos utilizados no dia a dia de nossa equipe em diversos âmbitos e diferentes abordagens. (AU)