Morfologia larval de camarões carídeos: aplicação de diferentes ferramentas microscópicas para taxonomia e sistemática

• Processo: 24/01947-6
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular
• Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2024
• Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2026
• Área do conhecimento: Ciências Biológicas - Zoologia - Morfologia dos Grupos Recentes
• Acordo de Cooperação: CNPq
• Pesquisador responsável: Fernando Jose Zara
• Beneficiário: Fernando Jose Zara
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Jaboticabal. Jaboticabal , SP, Brasil
• Vinculado ao auxílio: 18/13685-5 - Análise integrativa da fauna brasileira de crustáceos decápodes: taxonomia, sistemática filogenética, espermiotaxonomia, morfologia do desenvolvimento pós-embrionário, ecologia e conservação, AP.BTA.TEM
• Bolsa(s) vinculada(s): 24/13154-0 - Morfologia larval de camarões carídeos: aplicação de diferentes ferramentas microscópicas para taxonomia e sistemática, BP.JD
• Assunto(s): Biodiversidade Decapoda
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Biodiversidade | confocal | Contraste interdiferencial de fase | Decapoda | Lysmata | Microsccopia eletrônica de varredura | Taxonomia moderna e microscopia

Resumo

A descrição morfológica dos estágios larvais de crustáceos Decapoda contribuem para a classificação de novas espécies de maneira integrada com outras ferramentas, como a biologia molecular e a morfologia dos adultos, contemplando os requisitos da taxonomia moderna. Ademais, estudos larvais auxiliam na identificação de espécies, na descrição de novos táxons, bem como em estudos ecológicos, comportamentais e de distribuição e dispersão no plâncton. A identificação das fases larvais pode ser uma tarefa complexa, visto que muitos táxons ainda contêm uma escassez a respeito das diferentes formas larvais, constando apenas uma breve descrição da sua morfologia, poucas ilustrações e um baixo número de indivíduos parentais identificados ao nível de espécie. Tradicionalmente os estudos relacionados à morfologia larval de decápodes utilizam microscopia de luz (ML), e quando se trata de descrição de camarões da infraordem Caridea poucos estudos são encontrados utilizando distintas técnicas microscópicas. A aplicação de microscopia eletrônica de varredura (MEV) já foi utilizada em combinação com ML para carídeos descrevendo principalmente estruturas rígidas de apêndices bucais ou apenas visando detalhes de apêndices, cerdas ou espínulos. É possível correlacionar essa escassez em estudo integrados com MEV devido a variabilidade de técnicas para fixar/preservar suas amostras. Apesar de haver processos comparativos demonstrando que utilizar uma série graduada ascendente de etanol (30%, 50%, 70%) pode resultar num menor enrugamento das estruturas, ainda há uma ampla variedade de métodos de preparação aplicados a larvas de carídeos, sendo observados o uso da supracitada série graduada de etanol; glutaraldeído 2,5% (em água do mar); formaldeído 4%; ou formaldeído 10%. Sendo assim, determinar um padrão específico para preparação de larvas de carídeos para MEV se mostra necessária para assegurar a qualidade dos dados gerados, para que estes sejam consistentes e reproduzíveis, garantindo uma validação científica para comparação de resultados. Somada a isto, a aplicação de microscopia de contraste de interferência diferencial de fase (DIC) e a fluorescência confocal, também podem complementar com informações obtidas pela combinação da ML e da MEV. A partir do uso da microscopia DIC, combinada com técnicas de empilhamento de imagens em diferentes planos focais (confocal) é possível observar as estruturas da morfologia das larvas de forma tridimensional, com contrastes ou marcadas por fluoresceínas endógenas ou artificiais, e.g. destacando posições de cerdas em apêndices. Para testar a integração das técnicas de microscopia, serão utilizados como modelo as espécies de Lysmata Risso, 1816, amplamente distribuídos em regiões tropicais e subtropicais e que apresentam alto valor para o aquarismo ornamental. Suas espécies estão agrupadas em distintos clados, sendo linhagens definidas considerando a filogenia molecular, "Tropical American", "Cleaner", "Cosmopolitan" e "Morphovariable", ou por caracteres morfológicos dos adultos, seguindo o ramo acessório da antênula, "long accessory branch" (LAB), "short accessory branch" (SAB) e "ungiform branch" (UB). A morfologia larval também pode contribuir na definição das linhagens em Lysmata, no qual espécies que a zoea I eclode com a presença do quinto par de pereópodos fazem parte de LAB, e aquelas que eclodem sem este apêndice fazem parte de SAB ou UB. Apesar disto, atualmente apenas 10 espécies, dentre as aproximadamente 50 descritas para o gênero, apresentam informações sobre a morfologia larval. Sendo assim, será aplicada uma análise morfológica por meio de técnicas integrativas de microscopia (ML, MEV, DIC e confocal) para descrição dos estágios de zoea de três espécies de Lysmata, e as características morfológicas de seus apêndices serão comparadas e agrupadas para averiguar a contribuição da morfologia larval na separação dos distintos clados descritos para o gênero. (AU)