Investigação do papel de pistas olfativas na orientação de pombos-correios em regiões inéditas do Brasil

• Processo: 00/09132-7
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular
• Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2000
• Data de Término da vigência: 30 de abril de 2001
• Área do conhecimento: Ciências Biológicas - Zoologia - Comportamento Animal
• Pesquisador responsável: Ronald Dennis Paul Kenneth Clive Ranvaud
• Beneficiário: Ronald Dennis Paul Kenneth Clive Ranvaud
• Instituição Sede: Instituto de Ciências Biomédicas (ICB). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Assunto(s): Orientação espacial (percepção) Navegação aérea Olfato Transtornos do olfato Pombos Pombo-correio Columbidae
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Anosmia | Columba Livia | Navegacao | Olfacao | Orientacao | Pombo

Resumo

Nas últimas três décadas a pesquisa sobre o comportamento de orientação de pombos-correios tem sido direcionada por uma vivíssima controvérsia quanto à função de odores presentes na atmosfera como pista ambiental prioritária na navegação desta ave. O grupo de Pisa, Itália, que propôs a 'Hipótese olfativa' nos anos 70 para explicar as proezas da orientação dos pombos, acumulou uma vasta coleção de dados empíricos na Itália que sugerem um papel preponderante da olfação. Vários grupos aderiram a esta hipótese, mesmo que os resultados experimentais fora da Itália tenham apresentado bastante variabilidade. Outros grupos, por outro lado, se mantiveram céticos, apresentando quatro linhas de objeções: 1) a dinâmica da atmosfera toma odores uma pista instável para se navegar, 2) desconhecemos a natureza das fontes destes odores, não sendo, portanto, certa sua existência, 3) pombos não são macro-osmáticos, de forma que atribuir ao olfato destas aves um papel tão notável no comportamento de orientação parece contraditório, e finalmente 4) o olfato sofre habituação rápida, de maneira que a comparação de intensidades absolutas em diferentes circunstâncias (aparentemente uma peça chave no mecanismo olfativo) é tarefa dificílima, se não impossível. Por outro lado o corpo de evidências empíricas indicando alterações no comportamento de orientação por manipulações olfativas é notável. Pela própria natureza do fenômeno de orientação, os resultados de um dado experimento no campo podem ser sujeitos à influência de parâmetros não controlados e, às vezes, nem sequer registrados ou conhecidos, o que explicaria, pelo menos em parte, a variabilidade nos resultados das pesquisas. Nos últimos anos tem-se procurado acumular um máximo de dados empíricos em diferentes regiões do mundo para que a própria estatística dos efeitos da anosmia se tome, no seu conjunto, convincentes (ou não!). Dados obtidos em localidades distintas, com condições morfoclimáticas e geobotânicas variadas, e utilizando uma grande variedade de cepas de pombos-correios, indicarão se efeitos olfativos são presentes universalmente e revelarão eventuais tendências em sua importância em função das diferentes condições experimentais. Esse projeto visa determinar se a orientação de pombos no interior de São Paulo é claramente afetada por anosmia ou não. Trata-se de uma região do planeta totalmente inexplorada em termos do papel da olfação na orientação de pombos, mas conhecida em outros aspectos deste comportamento, e, portanto, interessante no cerco ao problema. (AU)