Os ocultos caminhos: a unidade constelada de "corpo de baile".

• Processo: 06/05433-9
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado
• Data de Início da vigência: 01 de março de 2007
• Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2008
• Área de conhecimento: Linguística, Letras e Artes - Letras
• Pesquisador responsável: José Miguel Soares Wisnik
• Beneficiário: Érico Coelho de Melo
• Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Assunto(s): Mitologia Mapeamento geográfico Guimarães Rosa Música Corpo de baile
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Cartografia | Conto Brasileiro | Corpo De Baile | Guimaraes Rosa | Mitologia | Musica | Modernismo - Música e Literatura

Resumo

O estudo da unidade alegórica de "Corpo de Baile", de João Guimarães Rosa, vem sendo negligenciado pela crítica desde a publicação do livro, em 1956. No interior do monumental ciclo romanesco, um complexo sistema de intertextualidades construído sobre a epistémê da antiga doutrina das semelhanças estabelece a unificação coreográfica dos sete poemas. A construção da totalidade textual do livro é engendrada como um complexo jogo de similitudes entre os quatro níveis discursivos apontados por Rosa como campos intencionais de produção de sentido. O nível “cenário e realidade sertaneja” parece conter importantes assinalações das constelações simbólicas distendidas sobre o nível “metafísico e religioso” do ciclo, pois Rosa teria neoplatonicamente reproduzido sobre o espaço geográfico do sertão mineiro o desenho reconstelado das antigas sete esferas planetárias. Assim, a configuração cartográfica do conjunto dos cenários ficcionaliza o espaço empírico ao constituir importante instância de articulação entre os poemas, fornecendo arcabouço verossimilhante à recorrência cíclica de personagens, temas e motivos ao longo do livro. Este projeto pretende rastrear os itinerários e transformações das células motívicas vertidas em "Corpo de Baile" a partir de "Campo Geral". Procurando demonstrar a hipótese de que a unidade alegórica do livro é operada por similitudes apenas legíveis a partir de uma posição de contemplação, o trabalho tem como ponto de partida o aproveitamento ficcional do espaço empírico, entendendo-o como figuração plástica de mecanismos simbólicos comparáveis aos de certas estruturas mitológicas e musicais.