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Os meios psicológicos de manipulação na indústria cultural: o riso e o trágico nos Estados Unidos dos anos 1930

Processo: 14/09531-1
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2014
Data de Término da vigência: 30 de junho de 2015
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - História da Filosofia
Pesquisador responsável:Gustavo José de Toledo Pedroso
Beneficiário:Júlia Pereira da Silva
Instituição Sede: Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Franca. Franca , SP, Brasil
Assunto(s):Filosofia contemporânea   Ideologia   Indústria cultural   Teoria crítica   Inquéritos e questionários
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:ideologia | Indústria Cultural | riso | Teoria Crítica | Theodor Adorno | trágico | Filosofia Contemporânea

Resumo

A presente pesquisa procura abordar alguns aspectos da questão da indústria cultural tal como este tema aparece na obra de Theodor Adorno. Desde o final dos anos 1920 Adorno se preocupa com o significado dos novos meios de produção e distribuição de produtos culturais. Durante seu período de exílio nos Estados Unidos ele se surpreende com o nível de desenvolvimento deste processo e procura aprofundar suas reflexões a respeito, elaborando o conceito de indústria cultural. A indústria cultural é, para Adorno, um fenômeno complexo, que envolve diferentes níveis, problemas e aspectos inter-relacionados. Neste trabalho abordamos dois aspectos importantes, ambos relacionados ao caráter manipulador da indústria cultural: o riso e o trágico. Quase opostos complementares, são dois meios pelos quais se atinge e manipula a psicologia das pessoas. No primeiro caso, o do riso, Adorno distingue duas possibilidades opostas: o riso de reconciliação e o riso de terror. Ambas acompanham o momento em que se supera o medo, mas elas se diferenciam pelo sentido desta superação - na primeira, o riso manifesta o alívio da liberdade alcançada frente a uma potência ameaçadora, enquanto que na segunda ele exprime a submissão à potência e a negação da liberdade. A diversão fácil fornecida pela indústria cultural funciona então como uma forma de renúncia à felicidade, já que esta última iria além do riso. Neste aspecto evidencia-se, portanto, o caráter ascético e enganador da indústria cultural, que seduz através de promessas, mas nega o acesso às próprias coisas. No segundo caso, o do trágico, temos um complemento que serve para evitar a acusação de leviandade. As mercadorias culturais devem incluir o trágico sob pena de perderem a capacidade de atrair e convencer seu público. Mas a maneira como o trágico é absorvido e utilizado pela indústria cultural inverte o seu sentido antigo. Originalmente ele tinha o sentido de uma resistência desesperada diante da ameaça mítica. Agora, exibindo o sofrimento existente, ele passa a apresentar tal sofrimento como natural e a convidar à aceitação das condições vigentes e à submissão diante dos poderes estabelecidos. O riso e o trágico mostram-se, assim, como dois elementos detentores de potencialidades ambíguas, capazes tanto do desenvolvimento do senso crítico e do questionamento da ordem social quanto da manipulação do indivíduo e do assentamento da ideologia vigente conforme o uso que se faz deles. Através do estudo do riso e do trágico em si e das transformações por eles sofridas após sua absorção na indústria cultural, podemos, partindo de uma análise da parte para o todo, iniciar uma abordagem da indústria cultural, com vistas a entender melhor as preocupações de Adorno.

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