A construção de modelos de santidade para as mulheres em Portugal no século XV

• Processo: 14/14800-1
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
• Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2014
• Data de Término da vigência: 31 de janeiro de 2016
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - História - História Antiga e Medieval
• Pesquisador responsável: Susani Silveira Lemos Franca
• Beneficiário: Aline Carolina de Lima Baia
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Franca. Franca , SP, Brasil
• Assunto(s): História antiga Hagiografia Mulheres Século XV Portugal
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: hagiografia | mulheres | Portugal | santidade | século XV | História da Baixa Idade Média na Península Ibérica

Resumo

Em Portugal, no limiar do século XV, circulou a história da vida de uma rainha cujas qualidades, em especial a castidade, são recorrentes em um conjunto de escritos que tinham a intenção de registrar uma memória com pretensão edificante. O Livro que fala da boa vida que fez a Raynha de Portugal, Dona Isabel, e dos seus bõos feitos e milagres em sa vida e depoys da morte é a cópia mais antiga conhecida de um relato, escrito no século XIV, em que Isabel é apresentada ora como uma rainha predestinada, virtuosa desde o seu nascimento - valores que eram essenciais para o acesso à santidade até o século XII, ora como uma mulher que lutava para se redimir dos males que a vida no século inevitavelmente trazia - qualidade prezada com maior vigor apenas a partir do século XIII. Considerando a confluência de características que constituem dois modelos de santidade diferentes em um mesmo relato hagiográfico, a proposta desta pesquisa é refletir sobre as virtudes mais valorizadas no relato quatrocentista em questão, e em geral no século XV português, visando investigar a relação entre o que se pensava como próprio dos santos e o que os comuns podiam seguir. Em suma, através do cotejamento entre as qualidades tidas como essenciais para o acesso à santidade, pretendemos examinar a relação entre memória, virtudes, santidade e edificação, tendo sempre em conta que a escrita hagiográfica se assume no período como uma forma de ordenação do passado, a despeito do seu elevado grau de idealização.