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Escrever sobre o texto, escrever com o texto: a metalinguagem e a escrita na obra de Roland Barthes

Processo: 18/03933-1
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2018
Data de Término da vigência: 31 de outubro de 2021
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Letras - Literaturas Estrangeiras Modernas
Pesquisador responsável:Claudia Consuelo Amigo Pino
Beneficiário:Paulo Procopio de Araujo Ferraz
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Literatura francesa   Metalinguagem   Figuras de linguagem   Escrita (linguística)
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Epanortose | Escrita | metalinguagem | Palinódia | Roland Barthes | Literatura Francesa

Resumo

A metalinguagem é, em geral, pensada como um meio de descrever uma linguagem-objeto. Não obstante, durante nossa tese, na qual estudamos as obras de Roland Barthes, Lucien Goldmann e Charles Mauron, percebemos que a separação entre a metalinguagem e a linguagem-objeto não era simples de estabelecer. Barthes refletiu intensamente sobre o assunto, adotando uma atitude ambígua: ora ele defendia a necessidade de uma metalinguagem puramente descritiva, que não podia ser confundida com a linguagem-objeto, ora insistia sobre a impossibilidade de separá-las. Essa ambiguidade foi amplamente comentada pelos seus leitores. No entanto, essa discussão não foi acompanhada de uma descrição dos dispositivos de escrita utilizados pelo autor para estabelecer sua relação com a metalinguagem. Para compreender essa relação, examinamos o uso que faz o autor da palinódia. A palinódia, tradicionalmente vista como um modo de corrigir opiniões anteriores, é usada por Barthes como uma maneira de gerar uma instabilidade no discurso. Contudo, as mudanças de posição de Barthes ocorrem entre duas frases, e não entre dois discursos diferentes. Para dar conta dessas mudanças, o termo "epanortose", uma figura de linguagem que funciona em uma escala menor do que a palinódia, parece mais adequado. Essa figura opera constantes deslocamentos que, sem invalidar as conclusões anteriores, impedem que o leitor interprete toda a obra de Barthes como um grande esforço metalinguístico: ao procurar aplicar os conceitos que ele desenvolveu, ele deve reconhecer que eles não se inserem em um sistema coerente. A reflexão sobre a metalinguagem em Barthes e as estratégias para negar alguns de seus efeitos podem, assim, ajudar o pesquisador a pensar sobre as múltiplas formas de escrita do saber. (AU)

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