Etnografia multiespécies da Amazônia Marajoara

• Processo: 21/04496-7
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de junho de 2022
• Situação: Interrompido
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Antropologia
• Pesquisador responsável: Felipe Ferreira Vander Velden
• Beneficiário: Matheus Henrique Pereira da Silva
• Instituição Sede: Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
• Bolsa(s) vinculada(s): 25/02729-5 - Cultura do búfalo e topologia animal nos campos da América do Sul, BE.EP.DR
• Assunto(s): Etnografia Pecuária Búfalos Bovinos Cavalos Fazendas Ilha de Marajó Amazônia
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Amazonia | etnografia multiespécies | fazendas | Ilha de Marajó | Pecuária | Etnografia Multiespécies

Resumo

O presente estudo aborda a pecuária na Ilha de Marajó, em especial a criação sistemática de búfalos, bois e cavalos e suas diversas relações com criadores, pecuaristas, técnicos e vaqueiros em fazendas de duas cidades históricas e seus arredores, Cachoeira do Arari e Soure. Estes animais perpassam o modo de vida dos Marajoaras desde seu universo simbólico e técnico, até práticas como a culinária, pois fornecem carne, leite, couro e chifres para artesãos, curteiros, queijeiros, restaurantes e outros tipos de estabelecimento, podendo-se afirmar que a sociedade Marajoara vive em função da lida com o gado. A partir de uma perspectiva etnográfica multiespecífica o objetivo desta pesquisa é compreender: o que as fazendas e as relações com os animais de criação dizem sobre a história e a cultura Marajoara? Como as formas de adoção, criação e difusão destes animais configuram modos de vida no ambiente rural? Qual papel da lida cotidiana de vaqueiros com búfalos para a constituição da cultura e da pecuária Marajoaras? A hipótese é que estes animais são imbuídos de valores positivos dentro do sistema cultural, socioecológico e cosmológico Marajoara, não somente porque sejam "bons para pensar", "bons para comer" ou "bons para proibir", mas sim porque "são bons para produzir" - seja leite, carne, transporte, tração, cultura/tradição ou alguma combinação destes - e bons para "viver juntos", a partir de suas relações nos modos de criação. Esta pesquisa concentra-se, assim, no estudo da lida com os animais em fazendas como expressão material-semiótica típica da cultura da pecuária Marajoara, de modo a buscar compreender as paisagens multispécies na ilha. (AU)