Trajetórias de sementes e trajetos de troca: vida vegetal e práticas de coleta no Médio Juruá (AM)

• Processo: 21/06060-1
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado
• Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2022
• Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2023
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Antropologia - Antropologia Rural
• Pesquisador responsável: Artionka Manuela Goes Capiberibe
• Beneficiário: Bruno Campelo Pereira
• Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Assunto(s): Reserva extrativista Sementes Borracha Etnografia Povos ribeirinhos Amazônia Ocidental
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Amazônia Ocidental | Comunidades Ribeirinhas | Médio Juruá | Paisagens Multiespécies | Reservas Extrativistas | Sementes | Comunidades Ribeirinhas

Resumo

Este projeto tem como tema a transformação das dinâmicas econômicas na Reserva Extrativista (RESEX) do Médio Juruá, uma área protegida localizada na zona rural do sudoeste do estado do Amazonas. A proposta é de uma pesquisa etnográfica sobre o extrativismo vegetal praticado nas comunidades pertencentes à RESEX. Sua população está historicamente vinculada aos chamados ciclos da borracha, marcados pela migração de milhares de nordestinos para trabalhar em seringais na Amazônia desde fins do século XIX. Nos últimos vinte anos, uma extensa cadeia logística é operacionalizada por comunidades ribeirinhas, ao longo da qual a extração de óleos e manteigas vegetais atende ao ramo sustentável do mercado florestal. A pesquisa prevê um trabalho de campo com o objetivo de acompanhar as atividades que envolvem três espécies nativas: a andiroba (Carapa guianensis), a ucúuba (Virola surinamensis) e o murumuru (Astrocaryum murumuru). Seu fio condutor serão os caminhos de dispersão e coleta de sementes, em uma das mais de trinta comunidades em que a embarcação da cooperativa local (a CODAEMJ) atraca para comprá-las e levá-las até a comunidade do Roque, onde é feito seu beneficiamento. As trajetórias serão reconstituídas etnograficamente tendo por pano de fundo as parcerias comerciais com a Natura, acompanhando os trajetos de compra e venda de sementes para a produção de óleos e manteigas vegetais. Ao orientar a investigação para as trocas e os modos de se caracterizar as espécies e com elas se relacionar, pretende-se destacar as maneiras de se produzir e classificar o que chamaremos, por ora, de paisagens. O objetivo é tanto compreender como emergem significados a respeito de valor, colaborando com reflexões sobre conhecimentos tradicionais e sustentabilidade, quanto comunicar os problemas socioambientais que se revelam na economia política, segundo os próprios moradores, suas concepções, práticas e usos num convívio entre espécies e mercadorias. (AU)