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Categorização dos problemas, desafios e possiblidades de mudança relatos por andarilhos de estrada".

Processo: 23/03953-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Programa Capacitação - Treinamento Técnico
Data de Início da vigência: 01 de abril de 2023
Data de Término da vigência: 30 de novembro de 2024
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Psicologia - Psicologia Social
Pesquisador responsável:José Sterza Justo
Beneficiário:Beatriz Vida Casadei
Instituição Sede: Faculdade de Ciências e Letras (FCL-ASSIS). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Assis. Assis , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:21/13434-5 - Andarilhos de estrada: problemas, desafios e perspectivas de mudança, AP.R
Assunto(s):Andarilhos   Modo de vida   Relação social
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Andarilhos | errância | Estrada | modo de vida | relações sociais

Resumo

O ser humano vive, hoje, uma condição de grandes possibilidades de circulação, deslocamentos e de transitoriedades geográficas e psicossociais. São marcantes as experiências de compressão tempo/espaço e, com elas, impressões de uma vida expandida, fluida, célere, móvel e fugaz, em todos os planos. Os andarilhos de estrada e os trecheiros vivem tal condição de uma forma bastante radical: perambulam pelos acostamentos das rodovias fazendo da própria caminhada uma estratégia de sobrevivência., sem rotas ou pontos de chegada estabelecidos previamente. Os primeiros somente abandonam temporariamente o caminhar pelos acostamentos e adentram as cidades em situações de extrema necessidade - um problema grave de saúde, por exemplo - enquanto os segundos vivem transitando de cidade em cidade, se deslocando em caminhadas a pé pelas rodovias ou em ônibus interurbanos, como passes de viagem cedidos pelos serviços de assistência social dos municípios. Andarilhos e trecheiros caminham pelos acostamentos ao sabor das contingências do acaso, sem qualquer proteção, amparo e garantias mínimas da sociedade ou do Estado. São vários os motivos, apontados por pesquisas anteriores, para o abandono da vida sedentária, com fixações geográficas e psicossociais, e a deserção para uma vida errante, sem vinculações prolongadas a determinados espaços geográficos e psicossociais estáveis. Dificuldades econômicas extremas, perdas afetivas que acarretaram sofrimentos intensos, como a morte de filhos, cônjuges, pais, mães ou outros familiares importantes, decepções amorosas, desavenças familiares, sensações de intensa opressão são alguns dos motivos mencionados por eles para a ruptura com a vida sedentarizada. São comuns, Também, relatos de busca de liberdade, do desejo de ''sair para o mundo", de se aventurar, de conhecer outros lugares, de se desvencilharem das opressões provenientes do ambiente de trabalho, do ambiente familiar, do ambiente doméstico e de outros ambientes que fazem parte de uma vida assentada num determinado território geográfico e psicossocial. Para alguns, a vida na estrada, como andarilho, significa a conquista da autonomia e da liberdade, para outros, significa sofrimento e um fardo imposto por um destino proveniente de infortúnios ou da vontade de alguma entidade divina. Parte deles, abandonaria a estrada e retornaria à vida sedentária anterior, se fosse possível, enquanto outra parte se diz satisfeita com a vida errante e que não conseguiria mais viver de outra forma. Para todos, trata-se uma vida difícil que demanda labutas diárias para se conseguir os mínimos necessários: alimentação, pernoite, roupas, calçados, agasalhos e assim por diante. Nada está assegurado de antemão. A presente pesquisa abordará, especificamente, as principais dificuldades e desafios, relatados pelos andarilhos, com os quais se deparam e as sugestões que fazem de melhorias em suas condições de vida. Juntamente com resultados de pesquisas em andamento e de outras já realizadas ao longo de aproximadamente 30 anos, será elaborado um amplo dossiê sobre a vida dos andarilhos e trecheiros, como base científica para a proposição de princípios, diretrizes e programas básicos de assistência que possam orientar políticas públicas de atenção e proteção social a essa população, bastante negligenciada pela sociedade, pelo Estado e pela ciência. Seguindo a metodologia de pesquisas anteriores, realizadas com sucesso, serão feitas entrevistas com andarilhos nos próprios acostamentos das rodovias por onde caminham. As entrevistas semiestruturadas, serão registradas por meio de gravação em áudio e/ou vídeo ou por relatos escritos feitos a posteriori, dependendo da anuência do participante. Os resultados obtidos serão analisados conjuntamente com outros obtidos em pesquisas anteriores, visando a preparação de um dossiê que possa sustentar a proposição de princípios e diretrizes para a formulação de políticas públicas dirigidas especificamente a essa população.

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