"A terra é tão livre quanto o braço que a cultiva": um estudo sobre a circulação de ideais de liberdade e cidadania no Haiti revolucionário.

• Processo: 23/07290-6
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado
• Data de Início da vigência: 01 de fevereiro de 2024
• Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2025
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - História - História Moderna e Contemporânea
• Pesquisador responsável: Raquel Gryszczenko Alves Gomes
• Beneficiário: João Vitor Valeriano
• Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Assunto(s): Caribe
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Atlântico Negro | Caribe | História Moderna e Contemporânea | Imprensa caribenha | Liberdade e Cidadania | Revolução Haitiana | Deslocamentos, Desigualdades e Direitos

Resumo

Este projeto de pesquisa busca analisar as circulações de ideais de liberdade e cidadania em São Domingos - atual Haiti -, durante a Revolução Haitiana (1791-1804), com base na leitura do periódico Gazette de Saint-Domingue, politique, civile, économique et littéraire. Serão priorizadas as edições publicadas de 20 de agosto a 19 de novembro de 1791, período que coincide com a fase inicial do processo revolucionário. A partir de elementos fornecidos pela análise da fonte, pretende-se focar na experiência e agência de sujeitos negros, como escravizados, pessoas livres e libertos, que tiveram papel fundamental como vetores e receptores das notícias de liberdade no Caribe. Por meio da leitura desse jornal objetiva-se entender as demandas e interesses políticos próprios desses sujeitos, levando em conta que essas características foram fundamentais para a irrupção e fortalecimento do processo revolucionário. Além disso, o estudo da materialidade do jornal será essencial para compreender os diferentes significados produzidos pelas notícias veiculadas para as pessoas que delas se apropriaram, tendo em vista, também, que os editores eram parte da elite local. O quadro teórico que baseará este trabalho resulta de esforços empregados por uma historiografia do final da década de 1990, que enfatiza a relação dos negros com a modernidade ocidental e as trocas culturais entre os sujeitos da diáspora. Dessa forma, será possível situar a Revolução Haitiana com toda sua complexidade e potencialidade, recolocando a História do Haiti nas perspectivas de Ensino e Pesquisa no Brasil.