Bolsa 23/12968-1 - Leptospirose, Sistema do complemento - BV FAPESP
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Ativação do sistema complemento em pacientes com síndrome hemorrágica pulmonar associada à leptospirose humana

Processo: 23/12968-1
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado Direto
Data de Início da vigência: 01 de abril de 2024
Data de Término da vigência: 31 de outubro de 2026
Área de conhecimento:Ciências Biológicas - Imunologia
Pesquisador responsável:Lourdes Isaac
Beneficiário:Milena Carvalho Carneiro
Instituição Sede: Instituto de Ciências Biomédicas (ICB). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Leptospirose   Sistema do complemento
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:leptospirose | Síndrome Hemorrágica Pulmonar | sistema complemento | Sistema Complemento

Resumo

A leptospirose é uma zoonose negligenciada, endêmica em países em desenvolvimento com clima tropical ou subtropical. Aproximadamente um milhão de novos casos são relatados anualmente, com 5-10% de mortes. Alguns pacientes desenvolvem uma condição clínica denominada Síndrome Hemorrágica Pulmonar Associada à Leptospirose (LPHS), com taxa de mortalidade superior a 50%. A etiopatogenia da LPHS ainda precisa ser melhor elucidada. Algumas evidências sugerem que sua progressão seja multifatorial e poderia, talvez, ser em consequência da: (1) presença de toxinas das leptospiras, que danificariam os capilares sanguíneos, afetando a permeabilidade vascular, e permitiriam, assim, a entrada de um maior número dessas bactérias nos tecidos; e, (2) resposta imune exacerbada, com grande liberação de citocinas e anafilotoxinas, que poderiam afetar a permeabilidade do tecido pulmonar, causar lesões e hemorragia local.A deposição de C3 nos pulmões de pacientes com LPHS foi relatada anteriormente, em modelo humano e animal, sugerindo que a ativação do Sistema Complemento poderia contribuir para o quadro clínico hemorrágico. Nestes trabalhos, a deposição de C3 foi acompanhada pela deposição de anticorpos, indicando uma possível ativação da Via Clássica, que poderia resultar em apoptose e necrose de células do tecido pulmonar. No entanto, o papel desse sistema na LPHS ainda precisa ser melhor investigado.Com base nisso, este estudo tem como objetivo avaliar a possível ativação do Complemento em pacientes que faleceram por LPHS e observar as vias envolvidas nesse processo. Para isso, foram utilizadas amostras de pacientes que vieram a óbito por LPHS (n=11) e, como controles, amostras de pacientes que faleceram por sepse (n=5) ou por infarto agudo do miocárdio (n=5). Análises histopatológicas foram realizadas nos pulmões, rins e fígados dos 3 grupos.O Grupo LPHS, quando comparado aos demais, apresentou maior intensidade do quadro hemorrágico, com maior incidência de inflamação septal e formação de membrana hialina nos pulmões; já no fígado, foi observada dissociação de hepatócito de nível moderado e intenso, presença de necrose, inflamação lobular e portal; nos rins, ocorreu maior lesão tubular e hiperplasia mesangial.Nos 3 grupos de análise, a deposição das proteínas: C1q, Fator B, MASP2, C3c, C4d, C5b-9 e a presença dos receptores de anafilotoxinas C3aR1 e C5aR, foram9estudadas por imunohistoquímica, assim como a deposição tecidual de imunoglobulinas (IgG e IgM) e antígenos de Leptospira. Resultados preliminares obtidos até o momento com cortes de pulmão de pacientes com LPHS indicaram a presença de: (1) C1q no endotélio vascular; (2) Fator B na fibrina alveolar e epitélio pulmonar; (3) MASP2 no endotélio vascular e no epitélio pulmonar; e (4) Complexo de Ataque a Membrana (C5b-9) em membranas hialinas, endotélio vascular e células apoptóticas, evidenciando que todas as 3 vias do Complemento foram ativadas. A quantificação da deposição de C3c, C5aR e IgM nos septos alveolares foi observada nessas amostras, contudo sem diferenças significativas quando comparada com amostras de pulmões dos outros 2 grupos; entretanto, a análise das demais proteínas está em andamento. Acreditamos que a compreensão da contribuição do Sistema Complemento na etiopatogenia da síndrome poderia orientar o futuro uso de inibidores como tratamento terapêutico para pacientes com LPHS.

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