Busca avançada
Ano de início
Entree

Origem e evolução sedimentar dos mega-lagos do SW de Gondwana

Processo: 24/02446-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2024
Data de Término da vigência: 29 de fevereiro de 2028
Área de conhecimento:Ciências Exatas e da Terra - Geociências - Geologia
Pesquisador responsável:Lucas Verissimo Warren
Beneficiário:Beatriz Christofoletti
Instituição Sede: Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Rio Claro. Rio Claro , SP, Brasil
Assunto(s):Paleoclima
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Controles deposicionais | Mega-lagos | paleoclima | Permo-Triássico | SW Gondwana | Sedimentologia e estratigrafia

Resumo

Durante o final do Permiano, grande parte do sudoeste do supercontinente Gondwana esteve recoberto por um mega-lago formado pelo aprisionamento do mar epicontinental existente desde o Ordoviciano. A subducção da placa oceânica e a colisão do micro-continente patagônico contra Gondwana, levou ao fechamento da conexão da Bacia do Paraná com o Panthalassa, modificando padrões de circulação oceânica e o clima desta parte do planeta. Sincronicamente a estes eventos ocorreu a deposição da sucessão mista (siliciclástica-carbonática) do Grupo Passa Dois (Brasil) e formações Mangrullo, Paso Aguiar, Yaguarí (Uruguai), Huab e Gai-As (Namíbia). Até o presente, é desconhecido se as unidades permianas das bacias do Paraná e Huab registraram a passagem das eras paleozoica e mesozoica, porém o isolamento das bacias, o alto grau de endemismo das populações e as recorrentes condições ecologicamente estressantes do corpo de água possivelmente fizeram com que o maior evento de extinção em massa tenha deixado vestígios bastante particulares no registro sedimentar e paleontológico deste mega-lago, dado que ambientes lacustres são tidos como excelentes detentores de indicadores físicos, químicos e biológicos de mudanças climáticas. Dessa forma, a existência de um lago de escala continental no interior de Gondwana representa uma excelente oportunidade de explorar e melhor compreender quais foram as consequências climáticas, geoquímicas e bioevolutivas do maior evento de extinção em massa do Fanerozoico em sistemas desenvolvidos em ambientes continentais. No entanto, a heterogeneidade de informações nas sucessões sul-americanas e africanas, a escassez de correlações estratigráficas em escala de bacia, e a limitação nos dados geocronológicos, paleoclimáticos e paleogeográficos, impossibilitam definir com precisão os condicionantes climáticos, tectônicos e eustáticos que atuaram durante a geração do mega-lago permiano. Face ao cenário acima delineado, pretende-se neste projeto realizar uma análise multi-indicadores de detalhe nos depósitos das formações Serra Alta, Corumbataí, Teresina (Bacia do Paraná, Brasil), e Gai-As (Bacia Huab, Namíbia), buscando compreender a origem e evolução do sistema lacustre de escala continental, os controles autogênicos e alogênicos na sedimentação, bem como a reconstituição paleogeográfica e paleoclimática do interior do Gondwana. Pelo uso de técnicas investigativas consagradas, esta pesquisa visa contribuir com a compreensão de sistemas deposicionais pouco conhecidos (i.e., mega-lagos), buscando também ajustar as relações cronoestratigráficas das unidades permianas em escala continental. De forma inovativa, a aplicação de técnicas analíticas pouco usuais no registro geológico profundo, à exemplo da susceptibilidade magnética e geoquímica de elementos maiores e traços como proxies paleoambientais em rochas siliciclásticas, buscará rastrear as mudanças climáticas e ambientais que precederam ou atuaram durante a crise ecológica do final do período Permiano.

Matéria(s) publicada(s) na Agência FAPESP sobre a bolsa:
Mais itensMenos itens
Matéria(s) publicada(s) em Outras Mídias ( ):
Mais itensMenos itens
VEICULO: TITULO (DATA)
VEICULO: TITULO (DATA)