Vida após a morte: Jacinta Maria de Santana e a "múmia" da Faculdade de Direito em São Paulo (1900-2023)

• Processo: 24/08867-8
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de outubro de 2024
• Data de Término da vigência: 30 de setembro de 2026
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - História - História do Brasil
• Pesquisador responsável: Lúcia Helena Oliveira Silva
• Beneficiário: Livia Maria Tiede
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências e Letras (FCL-ASSIS). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Assis. Assis , SP, Brasil
• Assunto(s): Gênero História social Imprensa Pós-abolição Raça
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Gênero | História Social | Imprensa | Pós-Abolição | raça | racismo científico | História Social; Pós-Abolição; História da Medicina; Raça; Gênero

Resumo

Este projeto de pós-doutorado visa investigar e narrar a história de Jacinta Maria de Santana, uma jovem cujo corpo foi mumificado e exposto por quase trinta anos na virada do século passado, na Faculdade de Direito de São Paulo. Desde seu embalsamamento em 1900 até o enterro em 1929, a imprensa brasileira, jornais negros, revistas médicas e produções literárias confabularam sobre sua vida. Ela foi uma mulher negra cujo cadáver ficou famoso como a "múmia da Faculdade" de Direito. Todos os personagens dessa história - incluindo jornalistas, ativistas, estudantes, escritores e professores - residiam em uma cidade que crescia rapidamente. No início do século XX, o cadáver de Jacinta encarnava o desejo pelo progresso científico. Seu corpo também serviu para preservar as hierarquias de raça e gênero, por meio da eugenia que objetificava e patologizava os corpos negros e femininos e reificava os sistemas de hegemonia de raça. Compreender o significado de sua história para as intersecções de raça, gênero e classe é o objetivo maior desta proposta de pesquisa.