Uma mão ajuda a outra: desenvolvimento da manipulação bimanual diferenciada num primata não humano

• Processo: 24/10298-1
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2024
• Data de Término da vigência: 31 de julho de 2027
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Psicologia - Psicologia Experimental
• Pesquisador responsável: Patrícia Izar Mauro
• Beneficiário: Guilbert Rodrigues de Araujo
• Instituição Sede: Instituto de Psicologia (IP). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Assunto(s): Coordenação motora Lateralidade Movimento Desenvolvimento
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: coordenação motora | Habilidade Manipulativa | Lateralidade | mão primata | Movimento | Desenvolvimento

Resumo

Tanto humanos quanto outros primatas são amplamente reconhecidos pela sua capacidade de usar as mãos com destreza para manipular objetos. Essa habilidade está ligada ao desenvolvimento em vários domínios (por exemplo, motor e cognitivo) e emerge gradualmente após o nascimento. Durante a infância, um padrão comum é o aparecimento de ações unimanuais, seguidas por ações bimanuais não diferenciadas, e mais tarde, por ações bimanuais diferenciadas, em que cada mão exerce um papel diferente durante a manipulação de um objeto. A diferenciação de papéis tem sido objeto de intensa investigação em estudos longitudinais com bebês humanos; no entanto, pouco se sabe sobre primatas não humanos, especialmente em seus ambientes naturais. Nesta pesquisa, investigaremos o desenvolvimento da diferenciação de papéis no macaco-prego (Sapajus libidinosus), uma espécie primata modelo para estudos comparativos. Para tanto, analisaremos a frequência de uso de diferentes ações bimanuais durante os dezesseis primeiros meses de vida em macacos-prego selvagens que habitam o ecótono cerrado-caatinga no estado do Piauí, nordeste do Brasil. Especificamente, testaremos hipóteses acerca de três fatores que podem moldar o desenvolvimento da diferenciação de papéis: (1) frequência de ações bimanuais sem diferenciação de papéis, (2) as propriedades dos objetos manipulados e a (3) existência de lateralidade. Essas hipóteses não foram investigadas em nenhum outro primata não humano de vida livre, o que destaca o caráter inédito e inovador desta pesquisa. Os resultados contribuirão para uma melhor compreensão da evolução de habilidades manipulativas que levaram à ampla flexibilidade manual dos humanos, bem como elucidarão fatores que impactam o desenvolvimento da coordenação bimanual durante a infância.