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Investigação sobre o uso abusivo de esteroides androgênicos anabólicos: a coorte SOS (Study of Steroid Abusers)

Processo: 23/10778-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de fevereiro de 2025
Data de Término da vigência: 31 de janeiro de 2026
Área de conhecimento:Ciências da Saúde - Medicina - Clínica Médica
Pesquisador responsável:Bruno Gualano
Beneficiário:Rafael de Almeida Azevedo
Instituição Sede: Faculdade de Medicina (FM). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Drogas   Efeitos colaterais e reações adversas relacionados a medicamentos
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:drogas | Efeitos colaterais | Clínica Médica

Resumo

O uso abusivo (definido como não terapêutico) de esteroides androgênicos anabólicos (EAA) é uma epidemia silenciosa que pode afetar negativamente a saúde de homens e mulheres de várias faixas etárias. Em março de 2023, o Conselho Federal de Medicina (Resolução Nº 2.333) contraindicou o uso de EAA para fins estéticos e de desempenho físico, sob a justificativa de que o uso abusivo de EAA aumenta o risco de acidentes cardiovasculares, morte súbita e episódios de transtornos mentais. Contudo, essas evidências científicas são esparsas e consideradas de baixa qualidade, pois estudos de intervenção controlados esbarram na óbvia impossibilidade ética de se prescrever tais substâncias em doses supra fisiológicas a humanos saudáveis. Diante dessas limitações, os estudos com coortes prospectivas e abordagem multidisciplinar são feitos com usuários habituais de EAA, ou seja, os indivíduos que já planejam ou usam o EAA na sua rotina. O presente projeto objetiva (i) investigar, prospectivamente, os impactos do uso abusivo de EAA na saúde geral, avaliada de modo multifocal, em homens e mulheres e (ii) identificar possíveis fatores de risco para eventos adversos decorrentes do uso abusivo de EAA. O projeto será composto por usuários habituais de EAA (estima-se ~200 participantes), homens e mulheres sem indicação clínica de EAA, com e13 anos e intenção declarada de iniciar o uso de EAA com fins estéticos e/ou desempenho físico dentro de duas semanas após o recrutamento. A equipe de pesquisa apenas coletará dados sobre os parâmetros de saúde dos participantes, sem a prescrição de substâncias de qualquer natureza. Não obstante, atendimento médico, no complexo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, será fornecido no caso de evento adverso decorrente do uso de EAA. Os participantes comparecerão ao laboratório para realizar uma bateria de avaliações composta por diversas especialidades médicas do consórcio estabelecido especificamente para esse projeto, denominado de SOS - Study of Steroid Abusers. As avaliações ocorrerão antes do início do uso de EAA (T0), após 50% do uso planejado de EAA (T0.5), imediatamente ao final do ciclo (T1) e um mês após o ciclo (T2). Caso o participante reporte iniciar um novo ciclo antes do momento T2, as avaliações T0, T0.5 e T1 serão repetidas, e T2 será reajustado. A bateria de avaliações incluirá coleta de sangue venoso (para mensurar as concentrações de diversos metabólitos e hormônios), testes de função vascular, cardíaca e respiratória em repouso e durante exercício aeróbio máximo, força muscular máxima, avaliação da composição corporal, anamnese de saúde e questionários sobre dados socioeconômicos, avaliações dos marcos puberais, histórico de uso de EAA, eventos adversos, aspectos da qualidade de vida relacionada a saúde, sono e atividade física, hábitos e transtornos alimentares e de imagem corporal, sintomas depressivos, ansiedade, fadiga, agressividade, e testes de função cognitiva. Importante ressaltar que o presente projeto continuará além do período de proposto, configurando uma nova linha de pesquisa atrelada ao consórcio SOS estabelecido entre diversas áreas da Clínica Médica. Dessa forma, após o momento T2, o participante será convidado a realizar a bateria de avaliações anualmente, por um período de 4 anos. Espera-se como resultado do projeto a formação de recursos humanos, técnicos e avanços científicos sobre os danos à saúde do uso de EAA e, possível elaboração de estratégias de redução de danos. Pretendemos também lançar campanhas e cartilhas destinadas à população alertando sobre os riscos associados ao uso abusivo de EAA, bem como medidas de redução de danos, a serem desenvolvidas a partir dos achados e experiências deste estudo. Além disso, espera-se como resultado a continuidade da linha de pesquisa, através do consórcio estabelecido para acompanhar os usuários por pelo menos mais quatro anos.

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