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As propostas de Vilém Flusser para a Bienal de Arte de São Paulo: etnografia, arte primitiva, religiosidade

Processo: 24/03070-4
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de abril de 2025
Data de Término da vigência: 31 de março de 2027
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Letras - Teoria Literária
Pesquisador responsável:Eduardo Sterzi de Carvalho Júnior
Beneficiário:Rafael Miguel Alonso Júnior
Instituição Sede: Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Assunto(s):Arte primitiva   Etnografia   Religiosidade
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:arte primitiva | Bienal de arte de São Paulo | Claude Lévi-Strauss | Etnografia | religiosidade | Vilém Flusser | Vilém Flusser e a relação entre literatura e outras artes

Resumo

No início de 1972, Vilém Flusser (1920-1991) é convidado a compor a equipe de organização da Bienal de Arte de São Paulo, que está em crise. O desafio é disputar uma sensibilidade dispersa sem incorrer em falsidade alienante. O filósofo parte de premissa, em teoria, simples: não é a arte que está em crise, mas a forma como comunica os seus conceitos. A sugestão de Flusser é re-sacralizar a relação entre espectador e obra a partir da dessacralização da obra. É neste ponto que entra em discussão as formas de arte até então ditas primitivas. Segundo Flusser, é como se tais objetos pudessem provar que outro caminho de articulação, anterior à cisão entre arte e técnica, ainda é possível. Posto isso, o projeto se propõe a voltar algumas décadas (primeira metade do século XX, sobretudo) de modo a apostar, naquela que é a sua principal presunção, em uma leitura comparada entre os textos de Flusser e os textos de etnógrafos e teóricos da arte europeus (em especial, Claude Lévi-Strauss, Carl Einstein, Georges Bataille, Michel Leiris). A hipótese de trabalho é postular criticamente a similitude entre a posição epistemológica do etnógrafo-viajante dos anos 1920 e 1930 frente a povos e objetos não-ocidentais e a do espectador diante de uma exposição de arte contemporânea nos anos 1970. Para cumprir este objetivo, o projeto assume momento histórico específico, mas potencialmente abrangente em suas aporias. No fim das contas, o espectador da Bienal deveria, ao entrar no pavilhão, voltar a maravilhar-se, exatamente como se encantaram os europeus que "desbravaram" as artes africanas e oceânicas. O desejo da futura pesquisa é que esta discussão se estenda ao modo como nos relacionamos com as obras de arte ainda hoje (visuais, literárias ou performáticas) e permita, no âmbito das iniciativas que se escoram na chamada "virada etnográfica das artes", refletir, em perspectiva, sobre o discurso que se nomeia decolonial.

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