Formas legítimas de agricultura no discurso conservacionista ocidental: circulação de ideias entre França e Brasil em uma perspectiva sociohistórica

• Processo: 25/05566-0
• Modalidade de apoio: Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Doutorado
• Data de Início da vigência: 05 de janeiro de 2026
• Data de Término da vigência: 04 de julho de 2026
• Área de conhecimento: Ciências Biológicas - Ecologia - Ecologia Aplicada
• Pesquisador responsável: Paulo Eduardo Moruzzi Marques
• Beneficiário: José Caio Quadrado Alves
• Supervisor: Julien Blanc
• Instituição Sede: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ). Universidade de São Paulo (USP). Piracicaba , SP, Brasil
• Instituição Anfitriã: Muséum National d'Histoire Naturelle, França
• Vinculado à bolsa: 23/08320-6 - NOVAS AGRICULTURAS PARA UMA NOVA REALIDADE: a metamorfose dos conflitos sociais no campo paulista em resposta à emergência climática global, BP.DR
• Assunto(s): Reforma agrária
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Catastrofismo climático | Justiça ecológica | Reforma Agrária | Sociedade de risco global | Sociologia pragmática da crítica | Ciências Socioambientais

Resumo

A estadia na França permitirá o contato com discussões atuais sobre as estratégias de persuasão empregadas por movimentos sociais na construção de discursos ecológicos capazes de conferir legitimidade às novas formas de agricultura. Essa experiência trará contribuições significativas para a tese de doutorado, que investiga as motivações dos movimentos de luta pela terra no Brasil, considerando a emergência de uma perspectiva de mundo justo ecológico. Objetiva-se analisar a mobilização do discurso agroecológico em contextos de conflito. A tese fundamenta-se nos pressupostos da sociologia pragmática da crítica, abordagem originada nos trabalhos de Luc Boltanski e Laurent Thévenot. Essa vertente teórica compreende que as ordens de justiça (princípios universais de grandeza), que legitimam acordos e regulam a vida social moderna, são relativas (seu peso varia conforme circunstâncias históricas específicas). Além disso, elas representam uma pluralidade limitada (com coexistência de diferentes ordens morais), estando em constante competição em situações que exigem justificação. Paralelamente, a tese incorpora o conceito de "catastrofismo emancipatório", formulado por Ulrich Beck, segundo o qual a reflexão sobre riscos de catástrofes globais pode fomentar críticas, gerando um choque antropológico. Por meio de iniciativas políticas e culturais da sociedade civil, esse processo poderia inaugurar novos horizontes normativos. A pesquisa no Museu do Homem (Musée de l'Homme, Paris) visa consolidar o referencial teórico em desenvolvimento e avançar na análise das estratégias adotadas por movimentos sociais frente às transformações globais. (AU)