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A Exigência do Infinito: Ética e o Outro em Lévinas

Processo: 25/04652-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
Data de Início da vigência: 01 de julho de 2025
Data de Término da vigência: 30 de junho de 2026
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - Ética
Pesquisador responsável:Reinaldo Furlan
Beneficiário:Lucca Miguel Gallo Godoi
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Universidade de São Paulo (USP). Ribeirão Preto , SP, Brasil
Assunto(s):Alteridade   Desejo   Fenomenologia
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:alteridade | desejo | Emmanuel Levinas | Ética | fenomenologia | Emmanuel Lévinas

Resumo

Nesta pesquisa, busca-se investigar, de modo geral, o estatuto da alteridade e a sua importância para a crítica da fenomenologia ontológica a partir da filosofia de Emmanuel Lévinas, tomando como referência, principalmente, duas de suas obras: Totalidade e Infinito e Entre-nós: ensaios sobre a alteridade. Nestas obras, Lévinas coloca em questão o primado da ontologia entre as disciplinas do conhecimento, identificando-a ao que o autor chama de pensamento da totalidade, pretensa filosofia primeira que submete e secundariza a unicidade do Outro. Entre os autores que legitimam o privilégio da ontologia, Lévinas destaca dois para tomar como ponto de partida de suas críticas: Husserl e Heidegger. Neles, fenomenologia e ontologia convergem como projeto egológico, isto é, como exercício da consciência do Eu, de uma ratio que, antes de mais nada, apreende o objeto sob sua redução compreensiva. Mesmo o Dasein, nesse sentido, guardaria a prerrogativa do Si diante do Outro que se encontra em sua abertura de mundo. Em uma direção oposta, Lévinas pretende demonstrar como a pesquisa ontológica é, na verdade, uma razão de ordem derivada, e que a significância fundamental do mundo decorre da relação com o Outro e seu rosto, alteridade absoluta que advém de fora do mundo do Si e instaura, antes de mais nada, não uma dimensão compreensiva, mas uma Ética. A Ética inaugura o campo da linguagem com a significância do Rosto de outrem. O outro me interpela em sua alteridade radical como vindo de fora do meu mundo, e sua palavra representa a abertura da razão sobre o mundo em que sou. Lévinas nomeia a dimensão ética de Metafísica, que deve assumir a posição de filosofia primeira e que funda a relação entre o Mesmo e o Outro. É o advento da alteridade do Outro que instaura a uma só vez a Razão, questionando a prerrogativa do conhecimento do Mesmo em seu mundo, e o Desejo, que move o Eu, ou o Mesmo, em direção a sua alteridade absoluta, expressa pelo conceito de Infinito. Procuraremos compreender e destacar o papel do Desejo, promovendo, em particular, uma discussão com a acepção platônica deste conceito, tal como ele aparece no diálogo do Fedro, posto que Platão é uma das grandes referências de Lévinas nas duas obras que serão abordadas. Além de buscar o aprofundamento da compreensão acerca do conceito de Desejo, que, para Lévinas, denota o laço fundamental de associação interpessoal, esta pesquisa também procura retomar a crítica levinasiana ao paradigma filosófico de sua época, ressaltando a importância da reflexão ética diante de uma atualidade marcada por violências de diferentes naturezas. Assim, ao investigar esses temas, é objetivo deste projeto demonstrar como o pensamento de Emmanuel Lévinas nos atenta para injustiças dissimuladas e latentes no logos filosófico. (AU)

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