Avaliação da linguagem durante cirurgia cerebral para tumores sob anestesia local (mini intraoperative language test - milt)

• Processo: 25/10229-2
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto
• Data de Início da vigência: 01 de julho de 2025
• Data de Término da vigência: 30 de junho de 2029
• Área de conhecimento: Ciências da Saúde - Medicina - Psiquiatria
• Pesquisador responsável: Guilherme Alves Lepski
• Beneficiário: Giovanna de Oliveira Santos e Souza
• Instituição Sede: Faculdade de Medicina (FM). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Vinculado ao auxílio: 18/18900-1 - Inovações em comunidades humanas e não humanas, AP.SPEC
• Assunto(s): Linguagem Neoplasias Neurociência cognitiva
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Avaliação intraoperatória | Linguagem | Mapeamento cortical direto | tumor | Neurociência Cognitiva

Resumo

Atualmente os estudos que envolvem linguagem e cérebro têm revisado continuamente as áreas relacionadas ao seu funcionamento em ambos os hemisférios. As áreas associativas e subcorticais são as maiores responsáveis pelas alterações funcionais e estruturais da linguagem. Considera-se atualmente que a forma e os recursos motores e sensoriais utilizados durante o registro das memórias associadas a representação de mundo podem modificar espacialmente e de forma estrutural o posicionamento dos elementos relacionados à linguagem. Surge então a necessidade de baterias de avaliação de linguagem curtas e funcionais que permitam o mapeamento e o controle de áreas que serão removidas durante o ato cirúrgico. A abordagem cirúrgica principalmente no hemisfério esquerdo é um desafio, e os protocolos já existentes são extensos, prolongando o tempo cirúrgico e aumentando o risco peri e pós operatórios. Ademais, as baterias existentes não são validadas para a língua portuguesa. Nessa perspectiva, o objetivo desse projeto é desenvolver uma bateria de avaliação e monitoramento dos componentes da linguagem. Essa bateria incluirá estímulos suficientes para poder criar várias versões, as quais serão aplicadas nos momentos pré, intra e pós- operatório. A bateria intraoperatória (MILT) será uma versão reduzida da bateria maior e estará diretamente relacionada a uma escala de valores que orientará a decisão cirúrgica de invadir-se ou não determinada área no momento da ressecção do tumor. A escala intraoperatória utilizada contribuirá para o desenvolvimento de uma escala de risco de afasia, e em segundo lugar de um 'mapa', associando-se as áreas corticais estimuladas a déficits de linguagem específicos, o que servirá como guia para futuras cirurgias do nosso grupo e de outros colegas. Já foram desenvolvidas baterias de avaliação similares por pesquisadores de outros países, como EUA, Japão, e vários países da Europa. Em geral, tais baterias são longas e não-associadas a uma escala de risco de déficit de linguagem, requerendo ao menos 1h e 30 para sua aplicação intraoperatória. Qualquer alteração durante o mapeamento leva o cirurgião a poupar a referida área, sem que se tenha ideia do risco associado à ressecção da mesma. Evidentemente, o grau de ressecção nesses casos é sempre inferior ao de áreas não-eloquentes, o que compromete sobremaneira o prognóstico oncológico. Nosso objetivo é desenvolver uma bateria voltada para a população brasileira, com as características do português do Brasil que vise identificar áreas eloquentes durante o ato operatório, de maneira rápida e eficaz, passível de associação a um escore de risco de déficit. A bateria intraoperatória será uma versão reduzida de uma bateria mais extensa que será utilizada nos momentos pré- e pós-operatórios para avaliar a evolução de cada paciente e para testar um grupo de adultos saudáveis como grupo controle. Tal abordagem poderia no futuro ser adaptada a outras línguas, havendo interesse de grupos coligados ao nosso nos Estados Unidos (California, UCSF), Holanda (Universidade de Radboud), Rússia e Argentina. (AU)