Busca avançada
Ano de início
Entree

O português indígena dos baré: uma proposta descolonial de descrição e análise dos dados linguísticos

Processo: 24/17674-9
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2025
Data de Término da vigência: 31 de março de 2029
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Linguística
Pesquisador responsável:Evani de Carvalho Viotti
Beneficiário:Mariana Payno Gomes
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Bare | Contato lingüístico | Linguística Antropológica | Nheengatu | Português Indígena | Linguística Antropológica/Contato Linguístico

Resumo

A pesquisa que aqui se projeta tem por objetivo a descrição e a análise da variedade indígena do português falado pelo povo Baré em São Gabriel da Cachoeira (AM), emergente do contato com o nheengatu (família Tupi-Guarani). Trata-se de um olhar pioneiro para tal variedade no âmbito da linguística de contato e da linguística antropológica, inspirado pelas reivindicações dos povos indígenas para o reconhecimento e a documentação das variedades de português faladas por eles (Década das Línguas Indígenas, 2024). Como aquela que aqui investigamos emerge do contato com o nheengatu, pretendemos identificar características da língua indígena que possam estar relacionadas a novos fenômenos da variedade do português analisada, tais como padrões sintáticos que revelam maneiras específicas de conceitualizar eventos. Os dados serão inicialmente retirados de um corpus de 20 horas de gravação, já captado pela pesquisadora e parcialmente transcrito de acordo com o método prosódico-pragmático do projeto C-ORAL Brasil. Esse corpus precisa, porém, ser ampliado, estabelecendo-se novos diálogos colaborativos com os falantes, para que, em consonância com as mais recentes solicitações dos povos indígenas brasileiros, o conhecimento que eles detêm de sua própria língua se constitua como parte da análise linguística. Discutiremos os dados a partir de uma teoria de contato, mudança e evolução linguística que abre espaço para a compreensão dos contextos sociohistóricos e culturais do surgimento de novos vernáculos (cf. Mufwene, 2008), aliada a uma abordagem descolonial das descrições e análises (cf. Ameka, 2020; Mufwene, 2021; Negrão; Viotti, 2022). Segundo esse recorte epistemológico, fenômenos de contato carregam mais do que informações linguísticas: a variedade de português que emerge da interação com o nheengatu pode ser também veículo de expressão de uma visão de mundo que permeia os processos de categorização e conceitualização de eventos que orientam os falantes (cf. Hymes, 1962; Lucy, 1992; Leavitt, 2011).

Matéria(s) publicada(s) na Agência FAPESP sobre a bolsa:
Mais itensMenos itens
Matéria(s) publicada(s) em Outras Mídias ( ):
Mais itensMenos itens
VEICULO: TITULO (DATA)
VEICULO: TITULO (DATA)