Dinâmicas políticas territoriais nas periferias: da ordem do progresso à gestão dos destroços do presente

• Processo: 24/22889-4
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
• Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2025
• Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2026
• Área de conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas - Planejamento Urbano e Regional
• Pesquisador responsável: Isadora de Andrade Guerreiro
• Beneficiário: Ana Luíza Pacheco e Silva
• Instituição Sede: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Gestão do espaço periférico | imaginação política | Novo Tempo do Mundo | Produção do espaço periférico | Produção e gestão do espaço

Resumo

Nas décadas de 1970 e 1980, no período de acumulação industrial do Brasil, as dinâmicas territoriais das periferias eram orientadas pela ideia de progresso, organizadas com base no mundo do trabalho e apresentavam formas de organização que demonstravam projetos políticos diversos que se voltavam para o futuro, como pelo enfrentamento ao regime ditatorial em que se tinha um horizonte democrático, participativo e que visava uma cidadania ampliada. Com a reestruturação produtiva e a reforma neoliberal do Estado tem-se alterações no mundo do trabalho, visto que esta visa a redução do quadro de trabalhadores pela substituição do trabalho vivo por trabalho morto, bem como o avanço da informalidade com a redução dos trabalhadores a fatores de produção, observando-se a chamada "subsunção real da viração" (ABÍLIO, 2017), em que até mesmo as dinâmicas de sobrevivência são capturadas por empresas. Nesse contexto, a presente pesquisa pretende examinar os desdobramentos políticos das últimas décadas, tendo como referência o que Paulo Arantes denominou como o Novo Tempo do Mundo, um tempo em que as categorias "experiência" e "expectativa" se aproximam de tal forma que o futuro adentra o presente, constituindo um horizonte de expectativas decrescentes, tendo assim a urgência como categoria central da política. Assim, a pesquisa visa analisar como tais alterações socioeconômicas, ao se relacionar com o Novo Tempo do Mundo e com suas técnicas de gestão e controle, impactam na capacidade imaginativa e política social. Compreendendo que o mundo do trabalho e a ideia de progresso já não organizam conflitos sociais, questiona-se qual seriam a categoria e a forma capazes de organizar tais conflitos e qual o lugar da periferia na organização política deste novo tempo? Para tal, pretende-se realizar uma investigação situada, observando esses processos em uma ocupação localizada na Zona Sul de São Paulo, atentando-se às dimensões materiais e aos conflitos que incidem sobre esse território, a fim de compreender como as expectativas decrescentes do Novo Tempo alteram a capacidade imaginativa e política local. (AU)