O processo de construção de agência política das mulheres farianas nas FARC-EP: entre a guerrilha e a reintegração

• Processo: 25/11323-2
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
• Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2025
• Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2026
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Ciência Política - Política Internacional
• Pesquisador responsável: Marilia Carolina Barbosa de Souza Pimenta
• Beneficiário: Laura Tullio Amaral
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Franca. Franca , SP, Brasil
• Assunto(s): Guerrilha Estudos de gênero
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Agência Feminina | Farc-ep | Feminismo Insurgente | Guerrilha | Mulheres Farianas | reintegração | Estudos de Gênero

Resumo

O projeto de pesquisa busca investigar a construção e negociação da agência política e identitária das mulheres farianas - denominação aplicada àquelas colombianas que participaram do conflito armado como combatentes - a partir de sua inserção nas FARC-EP, tanto no contexto da guerrilha, quanto no processo de construção de uma paz insurgente, até o momento de reincorporação sociopolítica no pós-acordo colombiano. A pesquisa utiliza-se da Teoria Feminista das Relações Internacionais com os estudos de Jean Bethke Elshtain (1987), Judith Ann Tickener (1992), Cythia Enloe (2000 e 2019), Maria Lugones (2008), Darcy Leigh e Cynthia Weber (2018) para examinar as tensões entre gênero, militarização, reprodução de estruturas patriarcais e a emergência de um feminismo insurgente no contexto da Colômbia, desafiando a lógica de que, historicamente, as mulheres foram marginalizadas nos estudos de segurança e defesa, além de serem frequentemente representadas como vítimas ou agentes secundárias. A pesquisa analisa, portanto, os desafios enfrentados pelas mulheres farianas dentro e fora da guerrilha, as estratégias utilizadas para consolidar sua participação na arena política e os impactos da reintegração na sua agência sociopolítica, a partir de uma revisão bibliográfica feminista crítica, análise documental do Acordo de Paz de 2016 e de materiais oficiais das ex-combatentes. Ao examinar as contradições entre militarização e emancipação feminina, o estudo busca ampliar o debate sobre gênero, insurgência e pacificação na América Latina sob as lentes da consolidação da agência feminina no território, com o objetivo de aprofundar o entendimento da complexa trajetória da agência das mulheres dentro da política latinoamericana. (AU)