A realidade como missao e invencao - o papel do ensaismo no romance o homem sem qualidades de robert musil

• Processo: 09/53811-0
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de março de 2010
• Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2013
• Área de conhecimento: Linguística, Letras e Artes - Letras - Teoria Literária
• Pesquisador responsável: Marcus Vinicius Mazzari
• Beneficiário: Erica Gonçalves de Castro
• Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Ensaismo | Literatura E Filosofia | Literatura Em Lingua Alema | Romance Do Seculo Xx | Romance Ensaistico

Resumo

Este projeto de pós-doutorado pretende abordar o papel do ensaísmo no romance O Homem sem Qualidades, de Robert Musil, em seu dupla feição: como aspecto formal e como princípio de vida propagado pelo protagonista Ulrich - a "utopia do ensaísmo" desenvolvida ao longo da obra. Devido às inserções de longos trechos ensaísticos que impedem uma narração linear dos eventos, a crítica literária costuma caracterizar essa obra como "romance ensaístico". No entanto, é preciso desde já observar que, no caso de Musil, o ensaísmo, antes de ser um recurso formal, consiste numa atitude, ou mesmo numa filosofia que envolve tanto o autor quanto o personagem. A proposta da pesquisa é mostrar em que medida o ensaísmo é o meio pelo qual o romance O Homem sem Qualidades busca adaptar-se ao cumprimento de uma tarefa que, segundo Musil, caberia ao escritor de seu tempo: a de mobilizar a linguagem para fins de ampliação das possibilidades simbólicas e das formas de vida que lhe são ligadas. Assim, o ensaísmo não é só um princípio construtivo, mas também crítico. A análise do texto de Musil que esse projeto pretende realizar tentará mostrar que a "utopia do ensaísmo" difundida no e pelo romance é, na verdade, uma potencialização de um pressuposto da literatura, e da arte em geral: a ampliação das possibilidades, o contato com mundos possíveis, a partir da própria realidade. (AU)