Avaliação da funçao e volumes ventriculares normais por ressonância magnética em pacientes com talassemia major

• Processo: 07/04986-7
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
• Data de Início da vigência: 01 de março de 2008
• Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2009
• Área de conhecimento: Ciências da Saúde - Medicina - Clínica Médica
• Pesquisador responsável: Juliano de Lara Fernandes
• Beneficiário: Matheus Silveira Avelar
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Assunto(s): Ressonância magnética Cardiomiopatias Função ventricular
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Cardiomiopatia | Função ventricular | Ressonância Magnética | talassemia major | Hematologia e cardiologia

Resumo

A talassemia é uma hemoglobinopatia genética bastante freqüente em países mediterrâneos e no Brasil. Em sua forma homozigota, denominada talassemia major, a doença leva à necessidade de múltiplas transfusões de sangue ao longo do tempo. Embora permita uma melhora na qualidade de vida, as repetidas transfusões levam a um depósito progressivo de ferro que se acumula principalmente no fígado. Embora o fígado seja o principal órgão afetado, a maior causa de mortalidade destes pacientes está associada a complicações cardíacas devido ao acúmulo de ferro no coração levando a uma insuficiência cardíaca por miocardiopatia siderótica.Uma das formas de realizar o seguimento do efeito miocárdico do excesso de ferro é monitorizar seriadamente a função e volumes ventriculares destes pacientes através de métodos de imagem. A ressonância magnética cardiovascular é hoje o método de referência nesta monitorização seriada e, em pacientes com talassemia especialmente, pode estimar a quantidade de ferro miocárdico através de técnicas específicas. Porém, normalmente se compara os valores de pacientes talassêmicos com valores da população normal. Isto trás um grande problema pois os pacientes com talassemia usualmente tem atraso de crescimento, com valores absolutos de volumes cardíacos inferiores; a anemia crônica em graus variáveis pode resultar em alterações de débito cardíaco e dimensões ventriculares; o excesso de ferro pré-existente pode resultar em medidas alteradas do coração. Assim, a correta interpretação de disfunção ou dilatação ventricular nestes pacientes é difícil de ser interpretada.Recentemente, foram publicados valores ajustados pela superfície corpórea em pacientes com talassemia onde foi mostrado que nestes pacientes a fração de ejeção e volumes cardíacos são mais elevados que a população geral. Entretanto, a média de idade dos pacientes estudados foi de 28±7 anos, uma idade muito superior aos pacientes talassêmicos atualmente acompanhados no país que se encontram na faixa infantil ou de adolescência. Assim, os dados publicados nesta população não podem ser utilizados para a população talassêmica no país.Assim, propomos este estudo para avaliar os parâmetros normais para pacientes talassêmicos na faixa etária destes pacientes no país, comparando-os com indivíduos sadios com mesma faixa etária e sexo e com indivíduos com sobrecarga de ferro por outras etiologias e diferentes graus de anemia.