Medo de falar em público: um estudo sobre as alterações nas variáveis psicofisiológicas e vocais de stress numa situação de teste seletivo

• Processo: 00/10209-4
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de janeiro de 2001
• Data de Término da vigência: 30 de novembro de 2002
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Psicologia - Psicologia Social
• Pesquisador responsável: Esdras Guerreiro Vasconcellos
• Beneficiário: Maria Aparecida Bernardo Cavalcanti Coelho
• Instituição Sede: Instituto de Psicologia (IP). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Assunto(s): Voz
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Alteracoes Psicofisiologicas | Alteracoes Vocais | Cqrtisol Salivat | Fala Em Publico | Stress | Voz

Resumo

Situações de fala em público são freqüentes no cotidiano de inúmeras pessoas. A competitividade, as exigências profissionais e a vontade de crescer dentro da carreira escolhida, freqüentemente nos confronta com situações onde a fala se faz necessária, seja para pequenos, médios ou até mesmo para grandes grupos de pessoas. Dessa forma, nossa fala, um dos mais importantes portadores de nossas idéias, espelho de nossa personalidade, de nossas emoções, e um dos principais marcadores de nossa formação sócio-educacional e cultural, ocupa lugar importante nas relações interpessoais. Independentemente do preparo científico, dos anos de estudo e do profundo conhecimento do tema, muitos profissionais das mais diferentes áreas enfrentam grandes dificuldades na hora de comunicar seus conhecimentos em situação de fala em público. Essas dificuldades podem se manifestar nos mais variados graus, desde um discreto sofrimento prévio a uma situação de exposição em público até a negação total do enfrentamento de tais exposições. Essa situação pode se tomar ainda pior em situações de teste, onde o stress ganha um peso significativo, podendo, inclusive, comprometer definitivamente a performance comunicativa. Dessa forma, nos propomos na presente pesquisa a verificar como acontece o processo de stress numa situação de teste onde a fala em público seja a ferramenta principal do sujeito, buscando verificar que variações fisiológicas ocorrem (através da variação dos níveis de cortisol), e de que forma essas variações se manifestam na voz (alterações acústicas e perceptivo-auditivas de parâmetros vocais selecionados). Serão analisadas amostras de saliva e voz de 100 sujeitos de ambos os sexos, 50 candidatos a uma vaga num curso de formação de radialistas - setor locução - e 50 candidatos a uma vaga no curso de formação de apresentadores de televisão, durante a prova oral de seleção vocal para ingresso no curso, que é oferecido pelo SENAC. Durante esta prova, o participante é solicitado primeiramente a se apresentar e a justificar seu interesse pelo curso (cerca de 3 minutos) e em seguida a ler um texto (cerca de 6 minutos). No total o sujeito é observado e avaliado durante aproximadamente 10 minutos. Nesta situação, avaliadores (professores da instituição) julgam sua performance, analisando sua aptidão para o curso que pleiteiam, pressupondo-se, assim, um alto envolvimento do ego e a antecipação de conseqüências pelo sujeito, fundamentais para as respostas de cortisol ao stress psicológico. (Kirshbaum; Pirke & Helhammer, 1993). As amostras de saliva e de voz, que posteriormente serão comparadas a testes subjetivos de stress, serão coletadas em sete momentos diferentes, de modo a se obter uma curva da resposta do cortisol ao stress: (1) 24 horas antes da situação de fala, (2) 30 minutos antes da situação de fala, (3) 5 minutos antes da situação de fala, (4) imediatamente após a situação de fala, (5) 10 minutos após a situação de fala, 30 minutos após a situação de fala e (6) 24 horas após a situação de fala. Pretendemos com este estudo, traçar um perfil do comportamento fisiológico e vocal bem como buscar correlações entre eles sob stress agudo. (AU)