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Fabio Morabito: poéticas do vaivém: estrangeiro, língua e memória

Texto completo
Autor(es):
Fabiola Fernández Adechedera
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Adriana Kanzepolsky; Pablo Fernando Gasparini; Paloma Vidal
Orientador: Adriana Kanzepolsky
Resumo

O presente trabalho propõe uma análise da obra poética de Fabio Morábito, composta dos seus três primeiros livros de poemas intitulados: Lotes Baldíos, De lunes todo el año y Alguien de lava e do livro de relatos También Berlín se olvida. O primeiro capítulo centra-se na identificação dos mecanismos de aparecimento e funcionamento da memória biográfica dentro do discurso lírico, da apropriação do espanhol como língua estrangeira na qual os textos estão escritos e da configuração do espaço da estrangeiridade como um lugar de enunciação. A identificação de uma primeira pessoa textual, que traça o itinerário das diversas línguas e cidades que compõem seu relato de vida, permite uma leitura autobiográfica centrada na discussão em torno da correspondência entre o eu real e o eu lírico. Seguidamente, analisa-se a configuração da estrangeiridade como lugar de enunciação e a língua estrangeira como ferramenta. O deslocamento geográfico, a migração, a eleição e a conquista de uma língua que não é a própria, como ferramenta com a qual recorda e reconstrói sua historia de vida fazem, desse autor um sujeito nascido em e como um estrangeiro que, como tal, apropria-se de sua escrita e de seu passado, com uma língua, o espanhol, que é sua ainda que não por inteiro. O segundo capítulo centra-se na análise do corpus narrativo. Tambien Berlín se olvida se compõe de breves relatos que narram às experiências cotidianas vividas no decorrer do ano de estadia do escritor nessa cidade. Dessa maneira, se propõe uma reflexão sobre a condição de estrangeiridade como âmbito de enunciação e como uma chave para pensar nos mecanismos de autorrepresentação do eu no discurso narrativo e da memória biográfica que nele aparece. Finalmente, se desenvolve uma leitura dialógica entre a narrativa e a poesia, baseada na correspondência entre o lugar de enunciação de cada discurso e, também, no reiterado aparecimento de certas imagens sobre as quais parece fundamentar-se grande parte do universo literário do autor; o trânsito entre o flutuante (o mar, o rio, a água) e o sólido (o muro, a pedra, o terreno baldio) em devaneio entre as cidades, as línguas, as viagens e a mudança. Conjuntamente, a reflexão sobre a língua e sobre seu próprio processo de escrita presente nos textos poéticos e narrativos nos permitem configurar um mapa de leitura, uma espécie de ars poética do autor fundamentada nesses trânsitos (AU)

Processo FAPESP: 11/15350-1 - Fábio Morábito: poéticas do vaivém: análise da memória autobiográfica presente na obra poética do autor e nos textos narrativos de 'También Berlín se olvida'
Beneficiário:Fabiola Fernandez Adechedera
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado