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Qualidade de vida e dinâmicas de conflito na população da península de Paracas, costa sul do Peru durante o final do Horizonte Temprano (400 a.C - 100 d.C)

Texto completo
Autor(es):
Juliana Gómez Mejía
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Biociências (IBIOC/SB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Sabine Eggers; Pedro José Tótora da Gloria; Rui Sergio Sereni Murrieta; Maria Mercedes Martinez Okumura; Henry Alexander Tantaleán Ynga
Orientador: Sabine Eggers
Resumo

Este trabalho avalia, desde uma perspectiva bioarqueológica, diversos indicadores ósseos de estresse e de violência física nas populações que foram sepultadas na península de Paracas, costa sul do Peru, durante o final do Horizonte Temprano (400 a.C - 100 d.C). Tal período é essencial na história da complexificação social dos Andes Centrais, porque coincide com o colapso da tradição Chavín que previamente integrava diversas organizações políticas, causando fragmentação regional e surgimento de sociedades diversificadas com elites disputando o poder. Durante o final do Horizonte Temprano várias regiões andinas exibiram arquitetura defensiva, altas frequências de traumas violentos e iconografia que incluía cenas de violência e de possível conflito. Além disso, dados publicados para outros sítios contemporâneos da região sugerem a existência de um período de crise com profundas mudanças sociopolíticas. Para nos aproximarmos do impacto que teve esse processo na qualidade de vida das pessoas sepultadas na península de Paracas, foram estimadas a estatura adulta, prevalências de hipoplasias do esmalte dentário, cribra orbitalia, hiperostose porótica, lesões do periósteo, traumas, trepanações cranianas e modificação intencional do crânio, numa coleção de 307 esqueletos escavados por J.C Tello entre 1925-1930. Esses indivíduos foram sepultados durante duas fases consecutivas: Cavernas (sítio Cerro Colorado) e Necrópolis (sítios Warikayán e Arena Blanca). Durante o período Cavernas observamos menor estatura adulta masculina e maiores prevalências nos indicadores de estresse e de traumas cranianos em comparação ao período Necrópolis. Nesta última fase, que coincide com o aparecimento de grupos associados à tradição Topará, observamos variação no tipo geral de modificação craniana, menor exposição aos traumas cranianos, aumento da estatura masculina e redução na prevalência de indicadores ósseos de estresse, sugerindo melhoras nas condições gerais de vida. Esta pesquisa fornece novos dados para compreender o impacto das mudanças nos processos de complexificação social sobre a qualidade de vida que aconteceram nos Andes Centrais (AU)

Processo FAPESP: 12/06667-4 - Saúde, estresse e adaptação nos processos de complexificação social em antigas populações costeiras da America do Sul
Beneficiário:Juliana Gómez Mejía
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado