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Marmiteiros, agitadores e subversivos: política e participação popular em Florianópolis, 1945-1964

Texto completo
Autor(es):
Camilo Buss Araujo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Fernando Teixeira da Silva; Michael McDonald Hall; Claudio Henrique de Moraes Batalha; Antonio Luigi Negro; Murilo Leal Pereira Neto
Orientador: Fernando Teixeira da Silva
Resumo

Entre 1945 e 1964, o Brasil vivenciou um período de criação de partidos políticos e eleições diretas para os principais cargos dos poderes do executivo e legislativo. Foi também um contexto marcado pela euforia desenvolvimentista, por greves e por motins urbanos contra o aumento do custo de vida. O trabalhador na condição de eleitor tornava-se central para a conquista do poder público. Florianópolis, ao contrário de outras capitais ou de cidades com grandes indústrias, não tinha um grande contingente de operários. Sua dinâmica assentava-se na condição de centro administrativo do estado de Santa Catarina. Contudo, a ausência de uma classe operária em sentido "clássico¿ não significou a esterilização das lutas sociais. A partir da análise de fontes variadas ¿ como jornais, pesquisas de opinião, dados eleitorais, documentos parlamentares ¿ essa tese investigou os canais de diálogo estabelecidos entre classes trabalhadoras e grupos políticos. Verificou-se uma conjuntura mais complexa do que as tradicionais interpretações da história política catarinense. Alguns postulados que tomavam o estado como polarizado entre UDN e PSD, com um PTB fraco e restrito ao papel de "fiel da balança¿ no equilíbrio entre os dois maiores partidos, foram relativizados. Interpretações consagradas, tendo por base os resultados das eleições, afirmaram que Florianópolis apresentava "forte predomínio¿ do PSD. Todavia, a investigação das múltiplas experiências tecidas entre candidatos, partidos e trabalhadores, consubstanciada com a análise da distribuição dos votos dos candidatos por regiões da cidade, permitiu enxergar para além da prevalência de uma sigla. Lideranças políticas, lembradas posteriormente como "donos da cidade¿, como Aderbal Ramos da Silva, nem sempre tiveram esse reconhecimento. Personagens taxados de "agitadores¿ ou "demagogos¿, como Manoel de Menezes, foram forças políticas expressivas e, algumas vezes, colocaram em xeque o domínio dos chamados grandes partidos. A relação entre políticos e classes trabalhadoras florianopolitanas não foi e nem pode ser pensada como mera reprodução das movimentações nacionais tampouco como epifenômeno isolado em suas peculiaridades. A partir das relações entre o regional e o nacional, esse trabalho tentou compreender as instáveis alianças entre os atores sociais e os variados meios através dos quais as classes trabalhadoras inseriram a luta por direitos na pauta política da cidade (AU)

Processo FAPESP: 08/53796-9 - Marmiteiros, agitadores e subversivos:politica e participacao popular em florianopolis, 1945-1964
Beneficiário:Camilo Buss Araujo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado