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Filogeografia de duas espécies neotropicais do gênero Araneus (Araneidae)

Texto completo
Autor(es):
Elen Arroyo Peres
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Vera Nisaka Solferini; Cristina Yumi Miyaki; Gustavo Quevedo Romero; Marcos Roberto Dias Batista; Maria Tereza Chiarioni Thomé
Orientador: Vera Nisaka Solferini
Resumo

Neste trabalho estudamos os padrões filogeográficos de duas espécies de aranhas do gênero Araneus (Araneidae) visando contribuir para o entendimento da biogeografia da região Neotropical. Para as duas espécies, realizamos estimativas de diversidade e estrutura genética, redes de haplótipos, inferências filogenéticas e análises demográficas utilizando um marcador mitocondrial (Citocromo Oxidase I, COI) e um nuclear (Internal Transcribed Subunit II, ITS2); e apresentamos os resultados em dois manuscritos. No primeiro, "Pleistocene niche stability and lineage diversification in the subtropical spider Araneus omnicolor", testamos a influência das oscilações climáticas do Quaternário sobre a demografia de A. omnicolor, uma espécie restrita à porção subtropical da América do Sul. Modelagens paleoclimáticas indicaram que a distribuição de A. omnicolor permaneceu estável ao longo do Pleistoceno tardio. Além disso, a comparação entre 14 modelos demográficos por meio de Approximate Bayesian Computation (ABC) apontou como mais provável o modelo de panmixia com estabilidade, embora as demais análises demográficas tenham indicado expansão recente, sugerindo um cenário complexo para a espécie. No segundo manuscrito, "Conexões entre Amazônia e Mata Atlântica reveladas por Araneus venatrix", analisamos os padrões filogeográficos de A. venatrix, que ocorre em ambientes úmidos em toda a região Neotropical (Amazônia, Mata Atlântica e matas de galeria localizadas na diagonal seca entre esses biomas). Detectamos uma profunda divergência entre um clado restrito ao sul da Mata Atlântica e outro distribuído em todo o restante do Brasil datada do Mioceno tardio. Os resultados indicam que a expansão do Cerrado e consequente separação das florestas úmidas coincidem com um progressivo esfriamento e ressecamento ao longo do Terciário, ainda que certa conectividade entre esses biomas tenha permanecido. As análises mostraram que as populações da porção norte na Mata Atlântica são geneticamente mais semelhantes às da Amazônia do que às da porção sul, indicando que os processos ligados à diversificação de linhagens desses dois biomas não são completamente independentes. Este trabalho mostrou que estudos com táxons de ampla ocorrência geográfica contribuem com informações importantes sobre a história das florestas úmidas Neotropicais. Os dois manuscritos sugeriram cenários intrigantes para a América do Sul e revelam a importância de mais trabalhos com organismos como as aranhas, muito abundantes e ainda pouco explorados nos Neotrópicos. Nossos resultados contribuem para o conhecimento geral do grupo e também a compreensão da história biogeográfica da região Neotropical (AU)

Processo FAPESP: 10/50624-2 - Filogeografia de Araneus guttatus (Arachnida: Araneae)
Beneficiário:Elen Arroyo Peres
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado