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Implicações toxicologicas e bioquimicas de xenobioticos em Curimbata (Prochilodus scrofa, Steindachnner, 1881) um peixe tropical brasileiro

Texto completo
Autor(es):
Maria Eleonora Feracin da Silva Picoli
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Nilce Correa Meirelles; Hiroshi Aoyama; Mariza Boscacci Marques
Orientador: Nilce Correa Meirelles
Resumo

Citocromos P450 formam uma superfamília de proteínas que metabolizam um grande número de substratos endógenos e xenobióticos. O metabolismo de xenobióticos pelo citocromo P450 é uma importante área da farmacologia molecular e da toxicologia que vem sendo usada nas últimas décadas como ferramenta de biomonitoramento contra os danos causados por poluentes. O objetivo deste trabalho foi estudar o sistema P450 (fase I da biotransformação), Glutationa-S-Transferase (GST - fase 11 da biotranformação) e enzimas antioxidantes (SOO, CATe GPx) no fígado de Curimbatá, um peixe brasileiro, frente à ação de três xenobióticos (Trifluoperazine, Triton X-100 e Tween 80), viabilizando o uso do citocromo P450 como biomarcador de poluição ambienta!. A caracterização espectral do sistema mostrou que Curimbatás têm um componente extra no sistema microssomal que se caracteriza por apresentar um máximo de absorção em 418-420nm e na presença de xenobióticos têm suas concentrações diminuídas sugerindo que seja uma hemeproteína de características espectrais semelhantes ao do P450. A purificação do citocromo P450 através de uma coluna de hidrofobicidade acoplada em HPLC se mostrou eficaz, mas não foi possível identificar as isoformas presentes no sistema. O método enzimático detectou apenas a presença da CYP1A. Todos os xenobióticos levaram à diminuição do conteúdo dos citocromos b5 e P450 dependente do tempo de incubação e da concentração do xenobiótico. As enzimas NAOPH citocromo P450 redutase e EROO (CYP1A) foram ativadas pela TFP e marcadamente inibidas pelo Triton X-100 e Tween 80, sugerindo que os xenobióticos interagem com os componentes da membrana microssomal. A TFP foi o único xenobiótico a ser parcialmente metabolizado e, além das alterações da membrana, também leva à inibição seletiva de algumas isoformas do P450, pois foi possível detectar a ativação da EROO (CYP1A). A causa desta inibição seria a interação de metabólitos da TFP com o citocromo P450. O Triton X-100 também destrói o P450 por alquilação do grupamento heme, sugerindo um efeito inibitório do surfactante ainda que na forma de monômeros. A GST foi induzida pelos três xenobióticos indicando a capacidade de Curimbatá em detoxificar tais compostos. A análise das enzimas antioxidantes e dos níveis de peroxidação lipídica mostraram que seu uso como ferramenta de bíomarcação deve ser sempre associado à atividade de outras enzimas. Portanto, embora o P450 seja um biomarcador em potencial, deve ser analisado conjuntamente com outras enzimas, pois os xenobióticos interagem diferentemente com cada componente do sistema levando à indução de algumas proteínas concomitantemente à inibição de outras (AU)