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O uso dos sistemas de informação geografica (SIGs) na odontologia: aplicação no municipio de Piracicaba, SP

Texto completo
Autor(es):
Stela Márcia Pereira Dourado
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Piracicaba, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Odontologia de Piracicaba
Data de defesa:
Membros da banca:
Antonio Carlos Pereira; Sílvia Helena de Carvalho Sales Peres; Maria Ercília de Araujo; Marcelo de Castro Meneghim; Francisco Haiter Neto
Orientador: Antonio Carlos Pereira; Carlos Alberto Vettorazzi; Gláucia Maria Bovi Ambrosano
Resumo

O presente estudo é composto por 2 artigos, tendo como principal objetivo avaliar o perfil de distribuição dos principais problemas bucais e suas associações com áreas de privação social em dois níveis, individual e contextual (territorial), por meio de um Sistema de Informação Geográfica (SIG) e análises Multiníveis. A amostra probabilística por conglomerados foi composta por 1002 escolares de 12 anos provenientes de 25 escolas públicas e privadas de Piracicaba, SP, em 2005-2006. Os exames foram realizados por um único examinador previamente calibrado, no pátio das escolas, sob luz natural, com os escolares sentados nas cadeiras e com escovação supervisionada realizada por THD, utilizando-se sonda periodontal (CPI) e espelho bucal plano, seguindo as recomendações da OMS. Um questionário semi-estruturado foi enviado aos pais para a obtenção das informações socioeconômicas e comportamentais individuais (primeiro nível). As variáveis contextuais "porcentagem de chefes de família sem renda e porcentagem de chefes de família analfabetos" foram usadas no nível contextual (segundo nível). Um SIG foi elaborado para a construção de mapas de distribuição das condições bucais, utilizando-se o software ArcView. Artigo 1: Os índices CPOD e o Índice de Cuidados (IC) foram considerados como desfechos. No nível individual, escolares com menor renda familiar mensal (OR=1,8;IC=1,0-3,6), maior número de pessoas morando na mesma casa (OR=1,4;IC=1,0-1,8), menos visitas ao dentista (OR=1,8;IC=1,3-2,4), menor nível educacional do pai (OR= 1,67;IC=1-3,33) e da mãe (OR=1,67;IC=1.1-1,25) tiveram mais chance de apresentar um CPOD maior. Indivíduos com maior renda familiar (OR=3.9,IC=0,84-17,9) e com mais visitas ao dentista (OR=4,7;IC=2,9-7,7) apresentaram um melhor IC. No nível contextual, áreas com maior privação social não foram associadas aos índices CPOD e IC, entretanto, é possível visualizar por meio dos mapas que os bairros centrais possuem melhores condições sociais e bucais que os bairros periféricos. No nível individual, as variáveis sociais foram relacionadas a uma maior prevalência da doença, contudo, esta relação não pôde ser observada em nível territorial. Artigo 2: Foram avaliadas as lesões iniciais não cavitadas (manchas brancas) e o Índice Periodontal Comunitário foi incluído. Foi possível observar por meio dos dados obtidos nas diferentes análises que as variáveis sociais, econômicas e comportamentais foram associadas aos níveis dos problemas bucais no primeiro nível, podendo ser visualmente distinguidas nos mapas, apresentando uma melhor tendência de saúde bucal (menores escores de machas brancas e sangramento gengival) nas regiões centrais, consideradas como privilegiadas. Entretanto, no segundo nível (contextual) da análise multinível, somente a porcentagem de chefes de família analfabetos foi significante em ambos desfechos, enquanto a variável renda não foi significativa em relação a estes problemas bucais. O presente estudo confirma um melhor status de saúde bucal para escolares provenientes de famílias privilegiadas, mas não confirma os dados em relação à variável dos bairros renda (chefes de família sem renda). Os indivíduos vindos de áreas de chefes de família sem renda não são associados a uma maior prevalência de problemas bucais, sugerindo que estes estão relativamente protegidos do impacto da privação social, devido às ações de saúde bucal dos serviços públicos do município. (AU)