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Aspectos da Biologia de Tachinaephagus Zealandicus Ashmead (Hymenoptera:Encyrtidae), parasitoide de larvas de dipteros sinantropicos

Texto completo
Autor(es):
Maria Aparecida Ferreira de Almeida
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Angelo Pires do Prado; Angela Maria Penteado Dias; Marcelo Teixeira Tavares; Nelson Wanderley Perioto; Valmir Antonio Costa
Orientador: Angelo Pires do Prado
Resumo

Tachinaephagus zealandicus Ashmead é um endoparasitóide gregário que ataca larvas de terceiro instar de dípteros muscóideos no Hemisfério Sul. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de seis temperaturas constantes (16, 18, 20, 22, 25 e 27°C) no tempo de desenvolvimento, a influência da ordem de emergência na longevidade, o efeito da temperatura e tratamento alimentar na longevidade, a influência do tratamento alimentar, densidade do hospedeiro e temperatura na taxa de ataque de T. zealandicus e também avaliar a influência de quatro temperaturas constantes (15, 20, 25, 30° C) no tempo de desenvolvimento e longevidade de colônias infectadas e não infectadas por um microsporideo. O sucesso na emergência foi maior em 22°C tanto para machos quanto para remeas; um número significativamente menor (24.130.4%) de parasitóides emergiu em 16°C e 25°C comparados com 22°C. O tempo de desenvolvimento foi de 24.0 a 56.9 dias para os dois sexos. Não foi observada emergência em 27°C. O parasitóides da mesma coorte que emergiram primeiro apresentaram maior longevidade que aqueles que emergiram mais tarde. A longevidade das remeas que receberam mel e água decresceu com o aumento da temperatura e aquelas mantidas em 16°C viveram três vezes mais que aquelas mantidas em 27°C. As remeas que receberam mel e água apresentaram longevidades semelhantes entre 16-20°C, e remeas que receberam somente água viveram de 4.8-7.6 dias em todas as temperaturas. As remeas viveram significativamente mais que os machos em todas as temperaturas, exceto em 16°C, mas as diferenças devido ao sexo foram pequenas se comparadas com os efeitos da temperatura e tratamento alimentar. Os tratamentos alimentares (mel, mel + água, água, e jejum) apresentaram efeitos estatisticamente significativos nas taxas de ataque em C. putoria e M domestica, contudo nenhum efeito significativo foi constato nos tratamentos quando analisada a progênie produzida. Tanto para M domestica quanto C. putoria foi observado que a porcentagem de hospedeiros mortos decresceu com o aumento da densidade do hospedeiro. A temperatura apresentou efeito significativo na taxa de ataque do parasitóide sobre C. putoria. Durante 24 horas de exposição, as maiores taxas de ataque foram observadas em 22°C. Para o número de hospedeiros mortos, não foram encontradas significativas diferenças entre 20, 22, 25 e 27°C. Um microsporideo não determinado foi encontrado infectando T. zealandicus. Esporos estavam presentes em todas as regiões do corpo do inseto e em todos os estágios de desenvolvimento. Adultos infectados apresentaram cerca de 3.75 x 105 esporos. Para separar a colônia em indivíduos infectados e não infectados, as remeas infectadas foram tratadas com Rifampicin misturado ao mel como alimento e após 8 dias cerca de 37% dos indivíduos da progênie examinada ainda estavam infectados. Uma cultura não infectada foi estabelecida e as duas colônias foram testadas para o modo de transmissão. Foi observado que a eficiência na transmissão materna foi de 96.3%. Parasitóides infectados desenvolveram significativamente mais rápido que os não infectados em 15,20 e 25°C. Pupários que não apresentaram emergência foram dissecados e os resultados mostraram que os parasitóides infectados apresentaram maior dificuldade para emergir de seus pupários, especialmente em 20 e 25°C. A longevidade das remeas decresceu com o aumento das temperaturas. Os efeitos da infecção na longevidade foram fortes em todas as temperaturas, entre os parasitóides que receberam mel e água; a longevidade foi pequena em todos os grupos que receberam somente água. Os resultados de ANOV A mostraram que não somente a temperatura e o tratamento alimentar, mas também a infecção afetou significativamente a longevidade de fêmeas e de machos. Fêmeas e machos da colônia infectada apresentaram tempos de vida similares (3.7-3.9 dias) quando os parasitóides receberam mel, água e larvas de mosca doméstica continuadamente após emergência. Parasitóides infectados produziram progênie significativamente menor que os não infectados, e uma grande proporção de parasitóides infectados falharam para emergir do pupário do hospedeiro. Grande parte do ataque ao hospedeiro e parasitismo ocorreu durante o primeiro dia de emergência, indicando que esta espécie é proovigênica. Foram comparados o ataque ao hospedeiro e o parasitismo sobre duas espécies de mosca, mosca doméstica e Sarcophaga bullata indicando que o efeito da infecção foi modulado pela espécie de hospedeiro presente. Números similares foram observados para ambos hospedeiros para número de pupas mortas por infectados e não infectados (70.2-74.1 hospedeiros atacados por grupo de 5 fêmeas de T. zealandicus). Contudo, parasitóides infectados produziram substancialmente menos progênie de mosca doméstica (311.1 para não infectados comparados com 138.3 para infectados), porém a infecção não apresentou efeito significativo na progênie produzida para o hospedeiro maior (s. bullata) (588.2 e 460.1 progênie produzida por não infectados e infectados, respectivamente). Diferenças na atuação para as duas espécies de hospedeiro pode ser devida a diferenças qualitativas entre ambas ou mesmo a pronunciada diferença entre tamanhos das duas espécies (190 mgllarva para S. bullata versus 20 mgllarva para M domestica). T. zealandicus não infectados estocados em 15°C apresentaram maior taxa de ataque ao hospedeiro (58-62 hospedeiros mortos por grupo de 5 fêmeas do parasitóide em 25°C) e progênie produzida (173.8-261.2 indivíduos) após 6-12 dias estocados 10 nesta temperatura. Relativamente poucos hospedeiros foram parasitados no primeiro dia em 15°C (AU)

Processo FAPESP: 96/01570-8 - Biologia de Tachinaephagus zealandicus (Ashmead) (Encyrtidae) e Spalangia cameroni (Perkins) (Pteromalidae) parasitoides de Musca domestica L. (Muscidae) associados ao esterco de granjas de aves poedeiras
Beneficiário:Maria Aparecida Ferreira de Almeida
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado