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Efeito da apneia obstrutiva do sono na audição de adultos

Texto completo
Autor(es):
Erika Matsumura
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Renata Mota Mamede de Carvallo; Alessandra Spada Durante; Carla Gentile Matas
Orientador: Renata Mota Mamede de Carvallo
Resumo

Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) provoca modificações na arquitetura normal do sono, fragmentando-o de forma crônica com hipóxias intermitentes levando, a longo prazo, a sérias consequências na saúde. Acredita-se que a ocorrência de eventos respiratórios durante o sono como apneia e hipopneia pode prejudicar o mecanismo de transdução da orelha interna e a transmissão de impulsos nervosos ao longo da via auditiva que são altamente dependentes do fornecimento do oxigênio. Contudo, essa associação não se encontra bem estabelecida na literatura. Adicionalmente, sujeitos com AOS poderiam apresentar alterações na função de transferência acústica da orelha média devido ao desequilíbrio pressórico existente nas vias aéreas superiores durante o sono, característico da fisiopatologia da doença. Objetivo: Comparar os achados da avaliação auditiva entre os indivíduos portadores e não portadores de AOS. Método: A casuística foi composta por 38 adultos do sexo masculino, média de idade de 35,8 (±7,2) e foram divididos em quatro grupos experimentais pareados por idade e índice da massa corpórea. Os grupos foram classificados com base na polissonografia em: controle (n=10), AOS leve (n=11), AOS moderada (n=8) e AOS grave (n=9). Todos os sujeitos do estudo negaram história pregressa de risco para perda auditiva. Todos os sujeitos foram submetidos à audiometria convencional, timpanometria, pesquisa de reflexos acústicos ipsi e contralaterais, imitância acústica de banda larga com estímulo clique de 226 a 8000 Hz para obtenção da energia de absorvância (EA), emissões otoacústicas por produto de distorção e potenciais evocados auditivos de tronco encefálico. Os resultados foram submetidos às análises estatísticas e o nível de significância adotado foi de 5% para todos os testes. Resultados: As medidas da EA não mostraram diferença significante entre os grupos quando considerados somente o fator grupo (sem AOS, AOS leve, moderada e grave). Para o efeito de interação entre os fatores grupo e frequência, o valor da média da EA do grupo com AOS de grau moderado foi significativamente maior do que do grupo com AOS de grau leve (p=0,003) em 8000 Hz. O grupo com AOS de grau grave apresentou menores valores das médias das amplitudes das EOAPD quando comparados aos dos grupos controle, AOS de grau leve e AOS de grau moderado (p=0,02, p=0,03 e p=0,01, respectivamente). Não houve diferença significante nos valores das latências absolutas das ondas I, III e V, e interpicos I-III, III-V e I-V entre os grupos. Observou-se associação entre a presença da AOS e alteração da latência absoluta da onda V (p=0,03). Foi observada associação entre AOS de grau moderado e alteração da latência da onda V (p=0,01). Conclusão: A presença da AOS está associada à presença de alteração na condução nervosa do estímulo acústico na via auditiva em tronco encefálico. A presença de AOS de grau grave prejudicou a função coclear. De maneira geral, a função de transferência acústica da orelha média é similar entre os adultos com e sem AOS (AU)

Processo FAPESP: 13/10281-7 - Apnéia obstrutiva do sono: efeito no padrão auditivo
Beneficiário:Erika Matsumura
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado