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Calibração, incertezas e uso de modelos de simulação da soja para avaliar estratégias de mitigação aos efeitos das mudanças climáticas na região Centro-Sul do Brasil

Texto completo
Autor(es):
Rafael Battisti
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Paulo Cesar Sentelhas; Gil Miguel de Sousa Camara; José Eduardo Boffino de Almeida Monteiro; Felipe Gustavo Pilau
Orientador: Paulo Cesar Sentelhas
Resumo

O déficit hídrico é o principal fator causador de perda de produtividade para a soja no Centro-Sul do Brasil e tende a aumentar com as mudanças climáticas. Alternativas de mitigação podem ser avaliadas usando modelos de simulação de cultura, os quais diferem em nível de complexidade e desempenho. Baseado nisso, os objetivos desse estudo foram: avaliar cinco modelos de simulação para a soja e a média desses modelos; avaliar a sensibilidade dos modelos a mudança sistemática do clima; avaliar características adaptativas da soja ao déficit hídrico para o clima atual e futuro; e avaliar a resposta produtiva de manejos da soja para o clima atual e futuro. Os modelos utilizados foram FAO - Zona Agroecológica, AQUACROP, DSSAT CSM-CROPGRO-Soybean, APSIM Soybean e MONICA. Os modelos foram calibrados a partir de dados experimentais obtidos na safra 2013/2014 em diferentes locais e datas de semeadura sob condições irrigadas e de sequeiro. Na análise de sensibilidade foram modificadas a temperatura do ar, [CO2], chuva e radiação solar. Para as características de tolerância ao déficit hídrico foram manipulados, apenas no modelo DSSAT CSMCROPGRO- Soybean, a distribuição do sistema radicular, biomassa divergida para crescimento radicular sob déficit hídrico, redução antecipada da transpiração, limitação da transpiração em função do déficit de pressão de vapor, fixação de N2 sob déficit hídrico e redução da aceleração do ciclo devido ao déficit hídrico. Os manejos avaliados foram irrigação, data de semeadura, ciclo de cultivar e densidade de semeadura. A produtividade estimada obteve raiz do erro médio quadrático (REMQ) variando entre 553 kg ha-1 e 650 kg ha-1, com índice d acima de 0.90 para todos os modelos. O melhor desempenho foi obtido utilizando a média de todos os modelos, com REMQ de 262 kg ha-1. Os modelos obtiveram diferentes níveis de sensibilidade aos cenários climáticos, reduzindo a produtividade com aumento da temperatura, maior taxa de redução da produtividade com menor quantidade de chuva do que aumento de produtividade com maior quantidade de chuva, diferentes respostas com a mudança da radiação solar em função do clima local e do modelo, e resposta positiva assimptótica para o aumento da concentração de [CO2]. Quando combinado as mudanças dos cenários, a produtividade foi afetada principalmente pela redução da chuva (aumento da radiação solar), enquanto a mudança na temperatura e [CO2] mostrou compensação nas perdas e ganhos. A distribuição do sistema radicular foi o mecanismo de tolerância ao déficit hídrico com maior ganho de produtividade, representando ganho total na produção de 3,3 % e 4,0% para a região, respectivamente, para o clima atual e futuro. Para os manejos não se observou melhores resultados com a mudança do manejo para o futuro em relação a melhor condição para o clima atual. Desta forma, os modelos mostraram diferentes desempenho, em que a parametrização e a estrutura do modelo afetaram a resposta das alternativas avaliadas para mudanças climáticas. Apesar das incertezas, os modelos de cultura são uma importante ferramenta para avaliar o impacto e alternativas de mitigação as mudanças climáticas. (AU)

Processo FAPESP: 13/05306-0 - Mudanças climáticas: impactos na produtividade e adaptações necessárias ao cultivo da soja na região Centro-Sul do Brasil
Beneficiário:Rafael Battisti
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado