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Arte contemporânea e arquivo: como tornar público o arquivo público?

Texto completo
Autor(es):
Ana Mattos Porto Pato
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/SBI)
Data de defesa:
Membros da banca:
Giselle Beiguelman; Maria Angelica Melendi de Biasizzo; Ana Gonçalves Magalhães; Márcio Orlando Seligmann Silva; Guilherme Teixeira Wisnik
Orientador: Giselle Beiguelman
Resumo

Esta tese tem como tema a mudança da função dos arquivos como modelo de institucionalização da memória no campo da arte, desde meados do século 20. Partimos da premissa de que os estudos polí- ticos e culturais sobre a experiência da violência e as práticas de memorialização criadas para lidar com o trauma, nos últimos trinta anos, resultaram na expansão do discurso sobre a memória. Diante disso, nossa proposição é discutir como se dá o reconhecimento da experiência histórica traumática, no campo da arte brasileira, no início do século 21. Defendemos a tese de que a arte é capaz de prefigurar a violência contida nos arquivos, ao desafiar sua origem e as formas através das quais estruturam nossa realidade. Como metodologia para perquirimos a dimensão arquitetural do arquivo como produtor de uma imaginação histórica e historicizarmos a criação dessas instituições, recorremos às teorias pós-coloniais (Edward Said, Gayatri Spivak, Homi Bhabha, Frantz Fanon, Walter Mignolo, Anibal Quijano, Achille Mbembe). É sob esse aspecto que escolhemos, como estudos de caso, o Arquivo Público do Estado da Bahia e o Museu Antropológico e Etnográfico Estácio de Lima. Nas histórias dessas duas instituições, encontramos o mote para percorremos o Brasil colonial e a instauração de um modelo de nação fundamentado nas teorias raciais do final do século 19. Na análise das práticas artísticas, investigamos a obra de Eustáquio Neves, Giselle Beiguelman, Ícaro Lira, José Rufino, Maria Magdalena Campos-Pons, Paulo Bruscky e Paulo Nazareth, durante a 3ª Bienal da Bahia (2014), em projetos que se fundem e se retroalimentam nas experiências de reconhecimento da violência contida na coleção abandonada de um museu antropológico e na realidade precária do estado de conservação do nosso patrimônio histórico. Concluímos, com base na análise das diferentes formas de confrontação artística com essas questões, que a arte contemporânea no século 21 opera a partir de procedimentos historiográficos e não mais arquivísticos. (AU)

Processo FAPESP: 13/08130-0 - Arte contemporânea e arquivo: como tornar público, o Arquivo Público?
Beneficiário:Ana Mattos Porto Pato
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado